Regionais 2023 Madeira

CHEGA-Madeira exige que governantes assumam consequências pelo ciberataque

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"O ataque informático ao Sistema de Saúde da Região Autónoma da Madeira gerou consequência profundas, as quais assumem uma dimensão ainda mais preocupante quando consideramos que o dito sistema de saúde depende directamente de dados precisos, actualizados e acessíveis de modo a poder desenvolver com precisão e eficácia a sua acção, incluindo o diagnóstio e o tratamento de doentes. A usurpação indevida de dados clínicos compromete a integridade desses mesmos dados, que podem, agora, ser usados para todo o tipo de fins, até os menos éticos, e também gera atrasos nos tratamentos, colocando muitos utentes sob o risco de diagnósticos imprecisos e até de vida", começa por dizer Miguel Castro, presidente do CHEGA-Madeira e cabeça de lista às eleições legislativas 

Face a toda esta situação, o CHEGA-Madeira realça que a gravidade da situação criada e a multiplicidade das suas ramificações exigem, de quem lidera o governo regional e este sector, em específico, esclarecimentos claros, transparência na acção e o assumir de responsabilidade perante as famílias afectadas e a população, em geral.

A primeira pergunta que naturalmente se coloca é como é que um sistema tão fundamental para o funcionamento público estava tão exposto a este tipo de ataques, especialmente quando o que temos visto da parte do governo regional é uma propaganda constante de investimentos e de anúncios que nos levaria a pensar que o serviço de saúde está a funcionar devidamente e que a informação que é fundamental para a sua operação está devidamente salvaguardada. Afinal, este governo, que tem gasto tanto do nosso dinheiro para fins questionáveis, tem sido claramente negligente numa área numa área como a cibersegurança, comprovando, uma vez mais, que, afinal, a prioridade do PSD e do CDS é dar de ganhar aos amigos da hotelaria e da construção.”  Miguel Castro 

Para Miguel Castro, as questões não se ficam por aqui. Pelo contrário, o líder do CHEGA-Madeira enfatiza a enorme falta de responsabilização que tem pautado este processo.

Decidimos não reagir imediatamente a esta crise, pois quisemos dar ao governo, ao secretário da Saúde e à administração do SESARAM algum tempo para virem a público e assumirem as suas responsabilidades. Todavia, mais de uma semana depois dos ataques, notamos que o comportamento é o mesmo que foi adoptado em tantas outras crises que a Madeira enfrentou, ou seja, quando os problemas batem à porta, as pessoas que tomam decisões estão de férias ou não estão na Região, e, se não fosse a força de vontade do pessoal operacional, não havia uma resposta. Depois, vêm os políticos do PSD e do CDS dizer que está tudo controlado e planeado, quando todos nós sabemos que, em matéria de cibersegurança, como em tantas outras áreas, a negligência é a grande marca deste governo, no qual certos secretários, directores regionais e uns tantos outros querem apenas resolver a sua vida e criar fortuna, e não servir a população.”   Miguel Castro 

 Miguel Castro aponta que a hipotética recuperação dos dados dos utentes não significa o fim das ameaças para a população.

“Como todos sabemos, mesmo que os sistemas afectados sejam recuperados e os dados sejam restaurados, o perigo persiste, pois os criminosos que estão pode detrás disto podem usar as informações sensíveis que usurparam para causar danos financeiros e sociais, acedendo às nossas contas bancárias e aplicações, expondo a nossa vida pessoal e orquestrarndo um número de fraudes que colocam em risco todos os nossos activos digitais. Estamos, de forma muito real, em perigo – e esse perigo não termina, de forma alguma, com a recuperação dos dados", acrescentou. 

Miguel Castro questiona ainda o anunciado uso das verbas do PRR para resolver problemas de segurança que já deveriam ter sido acautelados.

É ofensivo que o governo venha usar o dinheiro do PRR para resolver problemas de segurança que já nem deviam existir. O dinheiro que era para apoiar as famílias que estão sufocadas, as empresas que estão esmagadas pela carga fiscal e os cidadãos que desesperam por habitação digna está a ser queimado em obras inúteis, que alimentam os mesmos de sempre, e para tapar buracos gerados pela inépcia de quem manda. Como já apontamos tantas vezes, este é um governo de prioridades erradas.” Miguel Castro 

O líder do CHEGA-Madeira reforça a inquietação do partido com o facto do governo e a liderança do SESARAM não assumirem, como é seu dever, as responsabilidades que lhes assistem pelo caos instalado no serviço de saúde da Região.

“Somos uma Região onde a culpa morre solteira. O caos impera num serviço nevrálgico para a vida das pessoas, o governo manipula, a todo o custo, a informação para nos dizer que tudo está controlado (já ouvimos isto antes), os profissionais do sector são pressionados para que fiquem calados e não divulguem a magnitude da situação, os cidadãos enfrentam consequência que vão muito mais além da recuperação dos dados, mas ninguém se demite! Acima de tudo, o que interessa ao secretário e às chefias do SESARAM é jogar areia os olhos das pessoas, preservar o seu posto, garantir o seu salário, garantir as suas regalias e gastar ainda mais do nosso dinheiro, que tanto nos custa a ganhar, para resolver uma situação criada apenas pela sua incompetência. Quando é que estas pessoas são postas na rua?”, concluiu.