Putin quer maior cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte
O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou hoje para uma cooperação mais estreita com Pyongyang numa mensagem de felicitações ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, no Dia da Libertação, anunciou o Kremlin (presidência russa).
"Estou convencido de que continuaremos a reforçar a cooperação bilateral em todos os domínios", declarou Putin a Kim, de acordo com um comunicado do Kremlin citado pela agência francesa AFP.
Putin disse que a cooperação entre os dois países será benéfica para o "reforço da estabilidade e da segurança na península coreana e na região do nordeste asiático em geral".
A Coreia do Norte tem relações próximas com a Rússia e é um dos apoiantes de Moscovo na guerra contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
A Coreia do Norte assinala hoje o dia da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que significou o fim da ocupação do território coreano pelas tropas japonesas.
Putin elogiou o Dia da Libertação da Coreia, um "símbolo da coragem e do heroísmo dos soldados do Exército Vermelho e dos patriotas coreanos que lutaram juntos" contra o "colonialismo japonês".
Foi nessa altura que "nasceram as tradições de amizade e cooperação que se tornaram uma base sólida para o desenvolvimento de relações de boa vizinhança entre a Federação Russa e a Coreia do Norte", afirmou.
Em 27 de julho, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, descreveu a Coreia do Norte como um "parceiro importante" para Moscovo durante uma reunião em Pyongyang com o homólogo norte-coreano, Kang Sun-nam.
Shoigu esteve em Pyongyang nas cerimónias do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-1953), que levou à divisão da península coreana em dois países.
No conflito, ocorrido no contexto da Guerra Fria, a Rússia e a China estiveram do lado da Coreia do Norte contra as forças da Coreia do Sul, que tiveram o apoio de uma força internacional da ONU liderada pelos Estados Unidos.
As duas Coreias assinaram um cessar-fogo em 27 de julho de 1953, mas nunca um tratado de paz, pelo que tecnicamente continuam em guerra.
A declaração de Putin surge poucos dias antes de uma cimeira da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e do Japão para reforçar a cooperação em matéria de segurança face a uma Coreia do Norte cada vez mais ameaçadora.
A reunião dos líderes dos três países vai realizar-se na sexta-feira, em Washington.
As relações entre as duas Coreias têm estado num impasse, enquanto Kim Jong-un fala numa aceleração da corrida ao armamento, incluindo armas nucleares táticas.