Chega-Madeira critica prioridades do Governo Regional para a Saúde
"Nas últimas semanas, o Sistema Regional de Saúde tem estado em foco na comunicação pública regional muito por via das falhas no seu sistema de informática e de gestão de dados, das quais resultou um ataque que causou danos, em larga escala, no funcionamento daquele serviço público", critica o Chega-Madeira em nota de imprensa enviada esta manhã, com dedo apontado ao Governo Regional e á sua política para a Saúde.
"O dito ataque, para o qual ainda não foram avançadas explicações suficientemente esclarecedoras, expôs a fragilidade dos mecanismos de protecção de dados, erradamente anunciados pelo governo como altamente eficazes, com prejuízos que ainda estão a ser avaliados para os utentes, mas também para os profissionais do sector, sobre os quais já recaía uma desgastante carga de trabalho, nunca reconhecida, nem justamente recompensada", continua.
Mais, frisa o texto em modo comunicado, que "apesar desta situação, o Chega-Madeira sublinha que os desafios que hoje afectam o sistema regional de Saúde vão muito mais além do que os ataques informáticos, comprometendo não só o funcionamento, mas também a sustentabilidade dos serviços e a sua adequabilidade, a médio e longo prazo, à vida da Região e dos seus habitantes", advoga.
Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira e cabeça de lista às eleições legislativas deste ano, é citado ao referir que "a gestão do sector da Saúde tem sido feita de forma muito pouco competente, arrastando-se de problema em problema, de crise em crise, de desculpa em desculpa, mas nunca fazendo o essencial, que é pensar nas pessoas, valorizar as pessoas e investir no capital mais precioso, que é, justamente, o capital humano, algo que poderia e deveria ser feito através de uma aposta séria nas condições das carreiras e nas condições de trabalho de todos os profissionais da Saúde".
Para o candidato é "exactamente o oposto" que "tem sido o comportamento do Governo Regional, que está mais interessado 'em defender e perpetuar o paradigma de gestão que nos tem trazido tantos dissabores e desgaste aos profissionais', em vez de fazer o que o Chega-Madeira considera essencial, que é 'mudar a forma como se pensa a Saúde, mudar os métodos com os quais se gere a Saúde e adequar o sistema de Saúde à realidade actual e futura da Região'", defende.
Segundo o líder do Chega-Madeira, "existem quatro áreas que são fundamentais para o futuro da Região, incluindo a população de residentes, mas também o tipo de turismo que atraímos, que são cuidados continuados, reabilitação, oncologia e prevenção primária, pela qual entendemos todas as medidas que permitem combater a hipertensão, diminuir a taxa de ataques cardíacos e aumentar a longevidade de vida, assim como a sua respetiva qualidade. Porém, estas quatro áreas, entre outras, têm sido repetidamente secundarizadas pela liderança política, que pensa que a construção de um novo hospital é a resposta para todos os nossos problemas da Saúde. Como bem sabemos, não é – e o futuro assim o demonstrará", advoga, citado no referido documento.
Miguel Castro mantem o tom e "lamenta que o governo regional continue a não revelar qualquer interesse em gerir a Saúde com a seriedade e competência que o sector e os seus profissionais merecem, optando por fazer, também na Saúde, os 'tristes espectáculos mediáticos' que tanto faz noutros sectores, com o Turismo à cabeça", refere o partido. "Sentimos que a governação, em geral, e a saúde das pessoas, em particular, são demasiado importantes para serem alvo do jogo constante de publicidade e fanfarra pública que este governo tanto privilegia. Governar não é um exercício de campanha permanente e é pena que, também na Saúde, o PSD continue a atirar areia para os olhos dos cidadãos, que sentem, todos os dias, a incompetência da liderança política, a qual apenas não é ainda mais exposta devido ao profissionalismo e entrega de tantos profissionais, que compensam o profundo défice de bom senso de quem toma as decisões", critica o dirigente.
E conclui, deixando "um apelo à população para que não se deixe enganar pela propaganda política, mas exija responsabilidades a quem nos levou ao ponto negativo em que estamos, também em matéria de Saúde pública", diz o comunicado. "A pandemia não é culpada por todos os problemas na Saúde, incluindo as dramáticas listas de espera e as muitas dívidas aos fornecedores, da mesma forma que o novo hospital não é a solução para o pensamento estratégico errado que reina no sector. Na Saúde, teremos um futuro melhor quando começarmos a pensar todo o sector à luz de um paradigma diferente e isso só acontecerá quando mudarmos quem está à frente da governação da Região", frisa.