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Junta militar do Níger aberta para resolver crise por via diplomática

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O regime militar do Níger tem-se afirmado aberto a resolver a crise pela via diplomática, informou ontem o chefe de uma delegação de clérigos nigerianos, um dia após a sua visita a Niamey.

O general Abdourahamane Tiani "declarou ter a porta aberta para explorar o caminho da diplomacia e da paz para resolver" a crise, afirmou hoje o xeque Bala Lau, líder do Izala, movimento islâmico, num comunicado de imprensa desta missão de mediação.

Este último foi conduzido com o acordo do Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que é também atual Presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se reuniu com estes líderes religiosos no início da última semana.

Ainda de acordo com esta nota de imprensa, o General Tiani, durante o encontro, "também se desculpou por não ter dado a devida atenção à equipa enviada pelo Presidente Tinubu e liderada pelo antigo chefe de Estado, o General Abdulsalami Abubakar".

No dia 03 de agosto, uma delegação da CEDEAO chefiada pelo general Abubakar desembarcou em Niamey, capital do Níger, país que foi alvo de um golpe de Estado a 26 de julho. Mas partiu após poucas horas sem poder encontrar-se com o novo homem forte do país, general Tiani.

Na terça-feira, uma outra delegação, desta vez composta por enviados da CEDEAO, da União Africana (UA) e da ONU, não pôde deslocar-se a Niamey, porque o regime militar no poder alegou razões de segurança.

Segundo o comunicado da mediação religiosa, o general Tiani considerou "doloroso" para os autores do golpe de Estado que os dirigentes da CEDEAO "não tenham ouvido a sua versão dos factos antes de lhes enviarem um ultimato".

Em 30 de julho, quatro dias após o golpe, os líderes da CEDEAO decidiram sancionar financeiramente o Níger e deram aos militares um ultimato de sete dias para restaurar a ordem constitucional, ameaçando um possível uso da força como último recurso.

Na passada quinta-feira, numa nova cimeira, os dirigentes reafirmaram que privilegiam a via diplomática para restabelecer as funções do Presidente Mohamed Bazoum, deposto durante o golpe de Estado, ao mesmo tempo que ordenam a mobilização e destacamento da "força de prontidão" da CEDEAO.

Segundo o general Tiani, citado no comunicado da mediação religiosa, os militares derrubaram o Presidente Bazoum "por causa de uma ameaça iminente que teria afetado não só a República do Níger, mas também a Nigéria".

Dois dias depois do golpe, o general Tiani justificou a ação do exército pela "deterioração da segurança" do país, abalada pela violência dos grupos terroristas.

De acordo com o comunicado de imprensa da mediação religiosa, este deve reunir-se com o Presidente Bola Tinubu para lhe reportar o teor da sua discussão.