Alterações Climáticas Madeira

Quercus-Madeira alerta para a prevenção dos fogos e diz que não se deve fomentar mais turismo

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No sentido de sensibilizar para a prevenção de incêndios rurais, o Núcleo Regional da Quercus da Madeira informou esta quinta-feira, em comunicado, que realizou, na passada semana, uma acção de limpeza de um terreno agrícola junto de habitações. Nesta actividade participaram membros da Quercus e voluntários.

Apesar da legislação obrigar os proprietários a limpar os seus terrenos e, se estes não o fizerem, a câmara poder substituir-se aos mesmos, imputando-lhes os custos, a verdade é que, em inúmeros casos, isto não acontece, verificando-se uma enorme vulnerabilidade aos incêndios. Núcleo Regional da Quercus-Madeira

A organização lembra que, no continente, estão a ocorrer muitos incêndios, que estão a causar uma grande destruição no património natural, mas também prejuízos avultados nos bens materiais, pela destruição de casas, viaturas, equipamentos, entre outros. Países do Mediterrâneo, como, Grécia, Itália, Turquia e países do norte de África também têm sido assolados por incêndios.

Estas situações devem pôr todos em alerta (governo, autarquias, cidadãos) no sentido da necessidade urgente de limpeza dos terrenos, com particular destaque para os que se encontram junto de habitações, zonas empresariais e industriais, edifícios públicos, etc. É preocupante ver o abandono do meio rural, que se está a traduzir por uma ocupação dos terrenos agrícolas por mato, o que faz aumentar a vulnerabilidade aos incêndios. Agora que o estado do tempo se caracteriza pelo calor e por menor humidade, pede-se bom senso por parte dos cidadãos e das entidades públicas. Não se pode utilizar o fogo no meio natural e não se pode autorizar a queima de fogo de artifício, de fachos, ou de outro tipo. Atitudes destas são irresponsáveis, não se admitindo que possam ocorrer. Núcleo Regional da Quercus-Madeira

A Quercus deixa claro que "decididamente é preciso mudar atitudes e ordenar o território, tendo em conta o contexto das alterações climáticas".

É urgente intervir na imensa área ocupada por plantas invasoras (acácias, eucaliptos, tabaqueiras, carquejas, silvados) e substituí-las por plantas nativas mais resistentes ao fogo (loureiros, faias, folhados, uveira da serra) e por plantas com interesse agrícola. É urgente restaurar ecossistemas. É urgente travar este abandono dos campos e apoiar uma agricultura regenerativa, que suporte a biodiversidade, produza alimentos mais saudáveis e contribua para uma maior autonomia alimentar. Núcleo Regional da Quercus-Madeira

A associação ambientalista é da opinião que "é fundamental perceber que temos de diversificar as atividades económicas, não fomentando mais turismo".

A intensa visitação das áreas protegidas e comportamentos desadequados de alguns turistas e residentes estão a colocar em risco a sua preservação; Terrenos com elevada aptidão para a agricultura estão a ser destruídos para dar lugar a empreendimentos turísticos. Em algumas localidades desta ilha não existe água para a rega de campos agrícolas. Não se pode permitir a construção de mais piscinas e campos de golfe, porque a água é necessária, em primeiro lugar, para a nossa sobrevivência e não para o lazer. Por favor, olhem para o que está a acontecer à nossa ilha e ao nosso planeta. A responsabilidade é de nós todos. Núcleo Regional da Quercus-Madeira