Grécia planeia punições mais pesadas para pirómanos após vaga de incêndios
As autoridades gregas preveem impor punições mais pesadas aos incendiários -- com multas dez vezes maiores que as atuais --, após uma vaga de incêndios florestais de origem criminosa ter causado mais danos que o total anual de 2022.
O ministro da Proteção Civil grego, Vassilis Kikilias, declarou que os pormenores sobre as novas medidas serão anunciados no próximo mês, mas acrescentou que as multas por causar incêndios deliberadamente ou devido a comportamento negligente serão equiparadas às introduzidas há dois anos para autores de abuso de animais, crime punido com multas de até 50.000 euros e pena de prisão máxima de dez anos.
"Sinto-me na obrigação de dizer que a próxima época de incêndios nos encontrará numa situação diferente. Não são só as punições -- as multas aumentarão dez vezes -, precisamos de uma mudança de mentalidade", sustentou Kikilias numa entrevista à televisão estatal grega na segunda-feira à noite.
As alterações, indicou, abrangerão os programas escolares e iniciativas locais para alertar para a necessidade de prevenção de fogos florestais.
A Grécia combateu dez grandes incêndios florestais de grandes dimensões em julho, um dos quais às portas de Atenas e outro na ilha de Rodes, durante três vagas de calor sucessivas.
Mais de 500 quilómetros quadrados de terreno foram, até agora, consumidos pelas chamas este ano, mais do dobro do total anual do ano passado, segundo o Sistema de Informação Europeu sobre Incêndios Florestais, uma agência da União Europeia que rastreia os danos causados por incêndios florestais usando dados obtidos via satélite.