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Regionais 2023 Madeira

Lista da coligação fechada mas falhou o consenso que Albuquerque queria

DIÁRIO revela todos os efectivos da coligação 'Somos Madeira' (PSD/CDS)

O PSD fechou, esta manhã, a lista de candidatos da coligação ‘Somos Madeira’ – 47 efectivos e 47 suplentes – depois de, ontem, Miguel Albuquerque ter apresentado os 34 primeiros candidatos. Entre entradas directas e substituições há muita gente que pode chegar ao parlamento.

José Luís Nunes, médico pediatra e presidente da Assembleia Municipal do Funchal, foi a novidade reservada para a reunião da comissão política, recuperando a estratégia que já tinha sido utilizada nas eleições autárquicas, com o mesmo protagonista.

O terceiro lugar da lista é uma indicação, para muitos, clara, de que Nunes poderá ser a aposta do PSD para a presidência da Assembleia Legislativa, uma vez que, até agora, não ficou claro que José Manuel Rodrigues, do CDS, será reconduzido no cargo.

A forma como a presidência do parlamento foi entregue ao CDS, em 2019, afastando Tranquada Gomes, nunca foi bem aceite por grande parte dos militantes e dirigentes do PSD. O CDS fez depender a maioria absoluta da atribuição da presidência do primeiro órgão de governo próprio e essa pressão – no PSD há quem chama chantagem – pode ter resposta.

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No caso de uma vitória folgada da coligação PSD/CDS, com a eleição de mais do que o número mínimo de deputados para garantir a maioria absoluta (24), a presidência do parlamento pode ser difícil de conseguir pelo CDS.

Todas as sondagens deste ano apontam para vitórias da coligação ‘Somos Madeira’ com a eleição de 28 a 31 deputados. Muito acima do ‘mínimo’ para a maioria absoluta.

Contestação discreta

A lista de Miguel Albuquerque foi aprovada, por unanimidade, na Comissão Política do PSD-Madeira, mas o consenso que o líder pedia parece estar longe de ter sido atingido.

Albuquerque espera consenso na aprovação da lista do PSD

Miguel Albuquerque vai entregar esta segunda-feira, à Comissão Política, a lista às eleições Regionais 2023 e espera consenso.

O nome de José Luís Nunes não sofre contestação, mas o terceiro lugar na lista – o segundo indicado pelo PSD – já não é do agrado de todos. Há quem não tenha gostado de ficar atrás do pediatra que terá pouca experiência política.

Mas esse não é principal motivo de queixa, uma vez que praticamente todos os candidatos mais antigos, com experiência de parlamento e governo, estão em lugares de eleição directa.

No entanto, há posições que podem causar alguma surpresa e até um sentimento de injustiça. É o caso de Nuno Maciel, um dos deputados mais activos durante a legislatura que, devido à inclusão dos presidentes das câmaras em último mandato, foi relegado para uma posição modesta.

É precisamente a inclusão dos quatro presidentes de câmara que já não se podem recandidatar – Pedro Coelho (Câmara de Lobos), Carlos Teles (Calheta), José António Garcês (São Vicente) e Ricardo Nascimento (Ribeira Brava) – que também levanta dúvidas. Apenas Pedro Coelho tem uma experiência parlamentar importante.

Os exemplos de ex-autarcas no parlamento mostram que acrescentam pouco ao grupo parlamentar e têm passagens muito discretas pela Assembleia.

Porto Santo dividido

A situação mais complicada que Miguel Albuquerque terá de gerir é a do Porto Santo. A escolhida foi Carla Rosado, filha do antigo delegado do Governo Regional José Rosado, mas entre os militantes locais o nome não é consensual. Nem perto disso.

Uma parte do partido, no Porto Santo, pretendia a continuidade de Bernardo Caldeira que até à entrega as listas foi um nome em cima da mesa. O ainda deputado terá recebido indicações que iria continuar, mas não foi essa a escolha de Albuquerque.

A outra metade do partido, que pretendia mudar de deputado, também não estará de acordo com o líder. Não queriam Bernardo Caldeira, mas pelo que foi possível apurar, queriam outro candidato que não Carla Rosado que, no entanto, é referida como empenhada e activa.

Substituições

Bruno Melim, líder da JSD-Madeira e primeiro vice-presidente da estrutura nacional, surge na lista em lugar de destaque (8.º), mas para a ‘jota’ ter um segundo deputado, mesmo com as habituais substituições, não vai ser fácil.

Olhando para a lista, é fácil concluir que, em caso de vitória da coligação, Miguel Albuquerque (presidente do Governo), Rui Barreto (secretário regional) e os quatro autarcas, Pedro Coelho, Carlos Teles, Ricardo Nascimento e José António Garcês, não vão assumir o mandato – os autarcas poderão fazê-lo em 2025 – o que abre seis vagas de substituição.

Ou seja, se a coligação eleger uma maioria tangencial, como a actual (24), as substituições podem ir até 30.º lugar (Vera Duarte Coelho). Se as sondagens se confirmarem, e ‘Somos Madeira’ eleger entre 28 e 31 deputados, as contas são mais simpáticas e do 34.º ao 37.º candidato haverá esperança de entrada no parlamento.

Coligação sobe ainda mais

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CDS aposta no 31

No entanto, a lei é clara e, nas coligações, um deputado só pode ser substituído por outro do mesmo partido, se não houver um acordo prévio diferente. Ou seja, Rui Barreto será substituído pelo primeiro candidato do CDS não eleito que poderá ser Gonçalo Pimenta (31.º) ou Luís Miguel Rosa (39.º).

O CDS tem garantida a eleição de três deputados, se a coligação ganhar, mas pode aspirar a algo mais. A última sondagem do DIÁRIO apontava para a eleição de 31 deputados o que a confirmar-se daria mais um lugar ao partido de Rui Barreto.

Admitindo que Rui Barreto (Governo), Gonçalo Pimenta (Madeira Parques) e Luís Miguel Rosas (ARAE) voltam a desempenhar as actuais funções, Ana Cristina Monteiro estará de regresso ao parlamento. No entanto, se forem eleitos 4 deputados do CDS, Teófilo Cunha (7.º na lista de suplentes) estaria em lugar de substituição mas, se continuasse como secretário regional do Mar e Pescas, esse lugar seria de Amílcar Figueira (15.º).

Muitas contas para fazer até 24 de Setembro.

LISTA DOS 47 CANDIDATOS EFECTIVOS DA COLIGAÇÃO

1  -Miguel Albuquerque (PSD)

2 - Rui Barreto (CDS)

3 - José Luís Nunes (PSD)

4 - José Prada (PSD)

5 - Jaime Filipe Ramos (PSD)

6 - Rubina Leal (PSD)

7 - Carlos Rodrigues (PSD)

8 - Bruno Melim (PSD) - JSD

9 - Clara Tiago (PSD) – Ribeira Brava

10 - Pedro Coelho (PSD) – Câmara de Lobos

11 - Brício Araújo (PSD) – Santa Cruz

12 - Cláudia Gomes (PSD) - Machico

13 - Carlos Teles (PSD) - Calheta

14 - Ricardo Nascimento (PSD) – Ribeira Brava

15 - José Manuel Rodrigues (CDS)

16 - Rui Marques (PSD) – Ponta do Sol

17 - Cláudia Perestrelo (PSD) - Santana

18 - José António Garcês (PSD) – São Vicente

19 - Carla Rosado (PSD) – Porto Santo

20 - Valter Correia (PSD) – Porto Moniz

21 - Carlos Fernandes Ribeiro (PSD) – N. Emigrantes

22 - Ana Sousa (PSD) - TSD

23 - Lopes da Fonseca (CDS)

24 - Sónia Silva (PSD) – Câmara de Lobos

25 - Adolfo Brazão (PSD)

26 - Conceição Pereira (PSD)

27 - Higino Teles (PSD) – Câmara de Lobos

28 - Nuno Maciel (PSD) - Calheta

29 - Rafael Carvalho (PSD) – Santa Cruz

30 - Vera Duarte Coelho (PSD)

31 - Gonçalo Pimenta (CDS)

32 - Guido Gonçalves (PSD) – São Vicente

33 - André Moreira (PSD)

34 - Jéssica Faria (PSD) - JSD

35 – João Paulo Luís (PSD) – Santana

36 – José António Rodrigues (PSD)

37 – Sandra Vargem (PSD) – Ponta do Sol

38 – Edgar Câmara (PSD) – Porto Santo – JSD

39 – Luís Miguel Rosa (CDS)

40 – Marco Costa (PSD) – Porto Moniz

41 – Ricardo Freitas (PSD) – Santa Cruz

42 – André Pão (PSD) – Machico

43 – Andreina Pereira (PSD) – N. Emigrantes

44 – Elias Homem Gouveia (PSD) – TSD

45 – João Gomes da Silva (PSD) - JSD

46 – Joana Silva (PSD)

47 – Ana Cristina Monteiro (CDS)

Inquérito

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