A Expansão Futebolística Árabe
O investimento significativo nos campeonatos da Arábia Saudita tem sido um dos temas mais discutidos e debatidos no mundo do futebol. A recente tendência resulta dos altos vencimentos que atraem os atletas consagrados do futebol europeu e pretende atingir competições cada vez mais padronizadas, envolventes e profissionalizadas. O mercado árabe revolucionou-se e tenciona descentralizar o futebol do Velho Continente e atraí-lo aí bem como transcender-se em relação ao Qatar e Emirados Árabes Unidos (EAU), como núcleo de negócios e eventos desportivos mundiais associados a estes.
É sabido que o investimento no futebol se iniciou em 2016, oriundo do plano Visão 2030 saudita. Resumidamente, é um plano de reestruturação da economia árabe para tornar-se menos dependente dos rendimentos petrolíferos, de modo a diversificar os investimentos em diferentes setores da sociedade e abrir a nação ao exterior.
Relativamente ao treinador e jogador portugueses, estes detêm características que se sobressaem na retina de qualquer adepto do futebol, e têm deixado uma excelente marca no Médio Oriente, não só, mas sobretudo através dos títulos conquistados, gozando, assim, de uma excelente reputação, particularmente na Arábia Saudita, EAU e Qatar. De um modo geral, as qualidades estratégicas, técnicas e a adaptabilidade em diferentes contextos são características que tornam os lusos diferenciados. Cristiano Ronaldo, em particular impactou positivamente, pois alavancou as potencialidades que a Arábia já tinha e gerou um entusiasmo descomunal.
É de informar que a base do investimento chinês e americano são distintos do saudita. No que toca ao último, as capacidades financeiras são maiores do que na Europa, resultando em honorários abundantes e não sujeitos a impostos, o que torna aliciante a ingressão neste mercado. Em segundo lugar, creio que o Ocidente não tem perceção, mas há uma enorme paixão pelo futebol naquele povo. Em terceiro lugar, aumentou a visibilidade do campeonato de uma projeção local para mundial, mas naturalmente ainda não está ao nível dos melhores campeonatos europeus.
Em quarto lugar, no que toca às estruturas e condições de treino, rapidamente está a adaptar-se ao processo evolutivo, inovando e modernizando as instalações desportivas, modificando também os modelos de gestão. Em quinto lugar, a chegada dos melhores jogadores e treinadores do mundo.
Em sexto lugar, a grande participação do governo saudita nos clubes, há uma preocupação em promover o futebol, de forma a alcançar determinados patamares e objetivos. Depois, os padrões da arbitragem têm de acompanhar as exigências do progresso, de forma a estarem ao nível da competição.
Em novembro destaquei o potencial desportivo do Qatar, através da organização do Mundial 2022, porém este período coincidiu e corroborou o potencial desportivo do Médio Oriente. O projeto saudita propicia à Arábia Saudita sobressair e afirmar-se no mapa do futebol mundial. Fazendo um paralelismo com os clubes profissionais da RAM, se é para seguir o ramo do investimento, com vista ao acompanhamento das novas tendências, seria uma decisão encorajadora e potencialmente assertiva e enriquecedora procurarem capital desta natureza!