Empresa pública da banana “está em risco de falência”, avisa líder do Chega
A empresa pública que gere o sector da banana, a GESBA, “corre o risco de entrar em falência muito em breve”, bastando para isso que a União Europeia decida reduzir o valor do apoio concedido a esta produção, que “actualmente é muito superior ao valor da própria banana”. “A tendência até é esperada, tendo em conta o que foi discutido no último quadro de apoios”, alertou o líder do partido Chega, Miguel Castro, depois de ter estado presente na Mostra Regional da Banana, onde contactou com produtores.
Numa nota de imprensa divulgada esta tarde, aquele dirigente, que é cabeça-de-lista às eleições legislativas regionais, explica que há três desafios fundamentais no sector da banana: “Por um lado, em média, a GESBA paga 0,30 euros/kg ao agricultor, ao passo que, também em média, essa mesma banana é vendida, no continente, a 1,82 euros/kg. Por outro lado, os custos de produção praticados pela GESBA estão claramente inflacionados, pois representam aproximadamente o dobro do custo da produção do mesmo quilo de banana produzida nos arquipélagos das Canárias ou de Guadalupe. Em terceiro lugar, e agravando o estado de coisas, os custos de produção para os agricultores duplicaram desde o ano passado, o que os coloca com a corda à volta do pescoço e num ponto em que questionam se vale a pena continuar”.
O diálogo que tem vindo a manter com os produtores e com quem lida diariamente com a “dureza da vida no sector da banana”, leva Miguel Castro a concluir que a situação “é preocupante” e “não tem nada a ver com as declarações propagandistas do Governo Regional. Face a este quadro, o Chega-Madeira apela ao executivo madeirense, em especial ao secretário da Agricultura, para que “olhe para o sector da banana com seriedade, rigor e respeito pelo humanismo dos produtores”. “É importante que quem tem a responsabilidade de gerir o sector não se esconda nos gabinetes, não compactue com a postura incompetente da GESBA e que apresente soluções reais e dignas. O que se está a passar com a banana envergonha a Madeira e coloca em grave risco a continuidade desta produção, que é do melhor que a Região tem”, remata na mesma nota de imprensa.