Mundo

Secretária do Tesouro dos EUA quer "competição sã" com Pequim

Foto LUDOVIC MARIN/AFP
Foto LUDOVIC MARIN/AFP

A secretária do Tesouro norte-americana avisou no sábado o primeiro-ministro chinês que Washington tomará "medidas para proteger a segurança nacional" que julgue necessárias, embora pretenda uma "competição económica sã" com Pequim.

"Procuramos competição económica sã com base em regras que podem beneficiar ambos os países. Há desafios globais perante os quais ambos os países devem cooperar. Em certas circunstâncias, os Estados Unidos devem tomar medidas específicas para protegerem a segurança nacional, algo em que poderemos estar em desacordo", afirmou Janet Yellen em Pequim, de acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro norte-americano. 

A viagem de Yellen à República Popular da China termina no domingo e ocorre duas semanas após a deslocação do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken a Pequim, numa tentativa de atenuar as tensões entre as duas potências. 

Yellen acrescentou durante o encontro com o primeiro-ministro da República Popular da China, Li Qiang, que a "viagem pretende aprofundar esforços construtivos" para que os dois países possam "abordar os desafios globais" e a "estabilidade macroeconómica". 

"A China e os Estados Unidos têm o dever de cooperar e mostrar liderança em relação aos próprios países como em relação ao resto do mundo", disse ainda Janet Yellen. 

Por outro lado, a secretária do Tesouro frisou que os "desacordos" entre as duas potências não devem provocar "mal-entendidos" que "agravem de forma desnecessária" as relações económicas e financeiras entre Washington e Pequim. 

De acordo com o mesmo comunicado, Yellen concordou com Li Qiang que afirmou que "as diferenças não devem ser motivo de distanciamento, mas sim um veículo para uma maior comunicação e intercâmbios". 

Esta visita decorre nove meses depois de Washington ter imposto restrições à exportação de semicondutores e outros materiais de fabrico norte-americano, uma medida para limitar a capacidade de Pequim para fabricar peças necessárias para o funcionamento de supercomputadores ou sistemas militares dotados de tecnologia de ponta.  

Na segunda-feira passada Pequim anunciou restrições à exportação de gálio e germânio, dois metais essenciais para o fabrico de semicondutores.

A exportação dos dois metais está no centro das últimas tensões comerciais e tecnológicas entre Washington e Pequim.