Regionais 2023 Madeira

PAN-Madeira critica tratamento dado às árvores

Foto DR/PAN
Foto DR/PAN

Na sequência de uma visita da equipa do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) da Madeira a Santa Cruz, onde "ouviu denúncias de abandono, solidão, pobreza, mutilações de árvores, esquecimento da cultura, falta de escola secundária e de limpeza urbana, das serras e do mar". 

Numa nota divulgada pelo PAN, assinada pelo porta-voz na Região, relembram que "em 2012 as Nações Unidas instituíram o Dia Internacional das Florestas, com o objetivo de alertar para a importância de se preservarem estes ecossistemas e para incentivar os países a encetarem esforços locais, nacionais e internacionais para protegerem as árvores".

Contudo, lamentam que "na Madeira esta e outras datas de defesa ambiental são datas 'folclóricas', onde os diferentes titulares de cargo público fazem discursos de circunstância sobre a importância das natureza e nos dias seguintes voltam a cortar árvores, acimenta-las ou podá-las de modo absurdo, como tem acontecido um pouco por toda a Madeira nos últimos anos, onde os cedros dos himalaias foram acimentados na Camacha, no caniço a árvore frontal ao centro de saúde foi mutilada, na levada dos ilhéus no Funchal foram decepadas e na Madalena do Mar, na Ribeira Brava, na Calheta igual, etc., etc.", aponta.

Em Santa Cruz, no Largo Conselheiro Aires de Ornelas, respondendo a perguntas de jovens, o porta-voz do PAN referiu: "Não tenhamos ilusões, sem qualquer regulamentação que proteja o arvoredo urbano, será muito difícil que a Madeira e Portugal consigam cumprir as metas de descarbonização com as quais se comprometeram no âmbito da União Europeia." E acrescentam que "outros populares questionaram Joaquim José Sousa sobre o acimentar das árvores, ao que este respondeu que 'é uma barbaridade, é impensável que alguém faça ou defenda uma coisa como esta' é o desnorte, a Camacha está vetada ao abandono", critica.

Joaquim José Sousa, citado na nota, referiu que "infelizmente não é só na Camacha, pois pessoas de toda a Região têm mostrado a sua indignação seja nas suas redes sociais seja nas redes sociais do partido com as podas excessivas, partilhando fotografias de árvores mutiladas. Ao PAN chegam relatos quase diários de atropelos ambientais. O porta-voz do PAN referiu que considera essencial que os municípios tenham nos seus quadros arboricultores e que sejam adotadas 'Boas Práticas de Gestão do Sistema Arbóreo Urbano'", frisa.

Também é referido o caso de Luís Camacho, que salienta que "existe na Madeira uma profunda falta de conhecimento, e até de amor, pelas árvores, sendo esta 'insensibilidade' que está na origem das podas excessivas e mal feitas, deixando as árvores 'completamente amputadas', 'também o que se passa aqui com os Cedros dos Himalaias nunca vi em mais lado nenhum, aliás quem é que de perfeito juízo acimentaria uma árvore'", refere a nota.

Já o PAN entende que "do acimentar das árvores considera que não vale a pena falar porque é a todos os títulos incompreensível, relativamente às podas e aos abates considera que as mesmas sejam feitas por arboristas e os critérios sejam mais apertados, de modo a serem evitadas as 'podas excessivas' e as 'intervenções drásticas' que vão conduzir à morte da árvore, pois na realidade não configuram podas e acabam mesmo por ditar a morte das árvores". E acrescenta: "Assistimos ainda ao cúmulo do desrespeito pelas árvores quando estas são abatidas para criar espaços verdes, esquecendo-se quem assim atua de que as árvores são seres vivos."

Por isso, entendem que "o papel que as árvores desempenham é crucial para a qualidade de vida e, em última instância, para a nossa sobrevivência, uma vez que captam carbono, regulam a temperatura do meio envolvente e proporcionam locais de abrigo, de nidificação e alimentação para inúmeras espécies de animais, nomeadamente aves e insetos polinizadores", concluindo que "espaços urbanos verdes (com árvores) são sinónimo de modernidade e desenvolvimento".