Chega-Madeira reuniu com pescadores para perceber os desafios do sector
Durante a presença no Festival do Atum, do Gaiado e do Marisco, no Caniçal, o Chega-Madeira reuniu com um grupo de pescadores que operam a partir do porto daquela vila, com o objectivo de "aprofundar o conhecimento do partido sobre as condições de trabalho e os desafios que presentemente caracterizam aquele sector de actividade, assim como analisar, com os presentes, possíveis soluções para os vários problemas que têm vindo a condicionar a sua vida profissional", lê-se numa nota de imprensa divulgada.
No evento que está a decorrer naquela freguesia durante o fim-de-semana, Miguel Castro, presidente do partido na Região, referiu que "são muitos e profundos os problemas que, há já algum tempo, afectam, de forma transversal, o sector das pescas, muitos dos quais dependem apenas da vontade política do governo. Também nesta área, a estratégia que tem vindo a ser seguida pela secretaria da tutela é a de falar de generalidades, fazer promessas, afirmar que vai a Lisboa discutir a crise do setor com o ministro da pasta, mas, no que toca a ações concretas, não vemos uma intenção real, um esforço eficaz ou sequer a humildade para dar a cara, enfrentar os pescadores e conhecer os muitos desafios que eles e as suas famílias têm de enfrentar no seu dia-a-dia", observa, citado na nota.
Para o líder partidário, "ao contrário do que certas pessoas com responsabilidade dizem e pensam, a crise no setor das pescas não se resume à questão das quotas ou ao tema da frota. Esses, são dois assuntos verdadeiramente importantes, mas a realidade é que as situações que têm vindo a incomodar os pescadores e a conduzi-los para uma situação de autêntico desespero são muito mais variadas, indo desde o abastecimento, o preço pago pelo pescado e a burocracia nos procedimentos à quase total ausência de um interlocutor junto do governo e até às restrições legais em certas zonas marítimas da Região, tais como as Selvagens, que também limitam a capacidade de trabalho no setor. Infelizmente, o governo regional prefere ignorar estas situações, como se as mesmas não fossem importantes ou não existissem, o que é um total desrespeito pelas famílias que dependem desta atividade para sua subsistência", atira.
Segundo Miguel Castro, o encontro que tiveram com vários pescadores "foi muito importante, pois permitiu reunir uma noção ainda mais completa e profunda do setor, sem os filtros paliativos que o governo gosta de aplicar a tudo o que faz. Desde já, apelamos ao secretário das Pescas para que não continue cego e surdo face aos problemas dos pescadores, mas assuma as responsabilidades que lhe competem, defendendo o setor, defendendo os pescadores, defendendo as famílias que dependem das pescas e assumindo uma voz muito mais ativa nos centros de decisão nacional e europeu, de forma a garantir medidas e regulamentos que sejam verdadeiramente sensíveis às especificidades da pesca na Região e que ajudem quem quer trabalhar, e não apenas os grandes armadores estrangeiros, que pescam indiscriminadamente com barcos de rede", acrescenta a nota.
A concluir, o líder do Chega-Madeira observa: "Neste momento, os barcos estão parados, os pescadores estão insatisfeitos, as famílias precisam de pão na mesa e o mar está cheio de peixe que não pode ser pescado. Os nossos pescadores precisam de trabalhar e nada disto faz sentido! Mas o governo não se importa, não quer saber e nem dá a cara."