Regresso do Bloco ao parlamento madeirense "é uma necessidade" para defender direitos LGBT
A deputada à Assembleia da República Joana Mortágua disse, esta manhã, no Funchal, que “o regresso do Bloco de Esquerda (BE) à Assembleia regional é uma necessidade para a Madeira” e uma garantia de defesa de causas progressistas, como a dos direitos da comunidade LBGT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros).
“Esta agenda do progressismo, dos direitos, das liberdades, do respeito pela diversidade, é uma agenda que o Bloco faz e leva para a frente como nenhum outro partido. O país e a Madeira reconhecem isso. Reconhecem que quando falta a voz do Bloco falta sempre muita coisa à agenda progressista. A Madeira, naturalmente na oposição a este controlo absoluto da direita durante tantas décadas, está a precisar de um impulso de progresso em todos os níveis - social, económico e também ao nível dos direitos e liberdades individuais. O Bloco quer ser esse impulso de progresso na Madeira. As pessoas confiam em nós. Conhecem bem o Roberto [Almada] e a Dina [Letra]”, afirmou a deputada. Joana Mortágua falava após uma reunião de trabalho com os dirigente do centro regional LGBTI+ da Opus Gay.
Na avaliação da porta-voz bloquista, esta associação “faz um trabalho extraordinário na Madeira”, numa dupla vertente. Por um lado, é a única entidade que, no nosso arquipélago, funciona como centro de acolhimento de pessoas da comunidade LGBT, a quem presta apoio psicológico, jurídico e social. “Uma das grandes dificuldades em comunidades pequenas e conservadoras - e nós sabemos que a Madeira ainda é muito atravessada pelo conservadorismo, como outras regiões do país são – é que haja espaços seguros, que sirvam de porto de abrigo para a comunidade LGBT”, explicou Joana Mortágua.
Por outro lado, o mesmo centro, que tem instalações na Rua Latino Coelho, desenvolve nas escolas da Região um trabalho de formação e capacitação de outras pessoas para lidarem com a diversidade humana. A este respeito, a deputada bloquista afirmou: “A discriminação é transversal à nossa sociedade. Estou convencida que é nas escolas que se faz o curto-circuito disso. Nós não podemos permitir que as escolas sejam espaços de discriminação. Se o forem, a probabilidade daquelas crianças levarem para o futuro a discriminação como padrão é muito maior. É preciso que as pessoas que provêm de famílias conservadoras, homofóbicas, que não lhes dão liberdade que encontrem também na escola um espaço para serem quem são”.