“A Madeira tem pobreza e os reformados encabeçam essa pobreza”
Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Madeira saiu à rua para reivindicar o direito a uma vida digna
A Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Região Autónoma da Madeira (ARPIRAM) saiu hoje à rua para reivindicar mais e melhores condições, juntando-se a um evento semelhante, a nível nacional, organizado pelo MURPI – Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos. O presidente da Associação, Baptista Monteiro, explica que o que está a ser reivindicado é o direito a uma vida digna.
Nós estamos a reclamar por uma vida digna. Não há quem olhe por nós e obrigam-nos a sair para a rua, porque os senhores que estão no seu pedestal, ao contrário de nós, têm uma vida digna. Nós não temos, infelizmente. Aqui na Madeira, temos pensionistas e reformados que já têm de fazer opções entre ir ao supermercado ou ir à farmácia, porque o dinheiro não chega para tudo. Ter de fazer este tipo de opções não é viver uma vida digna. Baptista Monteiro, presidente da ARPIRAM
Em causa está o aumento do custo de vida e aumento de pensões e reformas que ficam, segundo a Associação, aquém do esperado. Assim sendo, para além das exigências feitas pelo MURPI a nível nacional a ARPIRAM enviou uma proposta à Secretaria Regional de Inclusão Social e Cidadania, à qual ainda aguarda resposta.
Entregámos em Dezembro, à Sra. Secretária, uma documento que exigia um Complemento de Reforma na ordem dos 80 euros para todas as pensões até 1.080 euros. Estamos a ser razoáveis, não estamos a pedir um complemento para todas as pensões. No nosso entender é mais que justo. O Governo Regional nem nos responde, mas lemos na comunicação social que o Governo já dá o complemento a mais de dois mil reformados. Nós perguntamos: Dá? Quais são os critérios? Qual é o valor que atribui? Baptista Monteiro, presidente da ARPIRAM
Baptista Monteiro destaca a importância da iniciativa desta quinta-feira, nomeadamente a nível regional, porque “A Região Autónoma da Madeira tem pobreza e os reformados encabeçam essa pobreza, porque temos reformas, aqui, a partir dos 280 euros”, explica, para asseverar “é evidente que não podíamos ficar de parte”.
O principal objectivo na iniciativa de hoje, que reuniu um grupo de pensionistas e reformados na Rua Fernão de Ornelas, foi o de sensibilizar os madeirenses para esta causa, “sobretudo os reformados mais desfavorecidos, com pensões mais baixas”. Baptista Monteiro deixa um apelo para estas pessoas: “Olhem para a ARPIRAM e vejam nesta Associação alguém para os defender. Venham ao nosso encontro, porque nós unidos somos mais fortes.”
A ARPIRAM tem outra reivindicações, como o DIÁRIO já havia avançado na sua edição desta quinta-feira, nomeadamente o direito à saúde, à fruição saudável dos tempos livres, a reposição do poder de compra, controlo dos preços de bens alimentares, manutenção o IVA Zero, e uma rede pública de equipamentos sociais.