Dados definitivos do turismo na Madeira confirmam 2022 como melhor ano de sempre
Foram registadas 9,8 milhões de dormidas em todo o alojamento turístico regional
Os dados finais sobre o turismo na Madeira, no que toca ao alojamento turístico, bem como ao uso de campos de golfe e o turismo de cruzeiros, confirmam, sobretudo no primeiro indicador, o melhor ano de sempre que ultrapassaram 9,8 milhões de dormidas no alojamento global.
Em 2022, "o número de dormidas no alojamento turístico global (os estabelecimentos da hotelaria, turismo no espaço rural e de habitação, alojamento local, time-sharing na modalidade de habitação periódica, colónias de férias e pousadas da juventude) ultrapassaram os 9,8 milhões, traduzindo um crescimento de 94,2% face a 2021 e de 16,1% em relação a 2019", informa hoje a DREM. "Os residentes em Portugal contribuíram com cerca de 1,7 milhões de dormidas, representando um acréscimo de 41,3% face a 2021, enquanto os estrangeiros não residentes originaram cerca de 8,1 milhões de dormidas, correspondendo a um aumento de 111,1%", sinaliza.
Tocando apenas o alojamento turístico colectivo - hotelaria, turismo no espaço rural e alojamento local – as dormidas no ano passado ultrapassaram 9,6 milhões (+92,9% que em 2021 e +18,4% que em 2019)", acrescenta, com os residentes em Portugal a contribuírem com "cerca de 1,7 milhões de dormidas, traduzindo-se num acréscimo de 40,6% em relação a 2021. O mercado nacional foi o terceiro mais importante, depois do britânico e alemão, representando 17,8% do total".
No que às dormidas dos estrangeiros não residentes diz respeito, estas "originaram cerca de 7,9 milhões de dormidas (82,2% do total), correspondendo a um acréscimo de 109,8% nesta variável em comparação com o ano precedente. Os principais mercados emissores foram o Reino Unido, Alemanha, França, Polónia, Países Baixos, Espanha, República Checa e Dinamarca, que concentraram 77,2% das dormidas de estrangeiros não residentes".
De notar que a "taxa líquida de ocupação-cama (TLOC) no alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas) também cresceu para "os 61,5%, +17,0 pontos percentuais (p.p.) que em 2021 e +3,5 p.p. que em 2019. Por sua vez, a taxa líquida de ocupação-quarto (TLOQ) ascendeu aos 70,7%, +21,0 p.p. que em 2021 e +6,3 p.p. que em 2019".
No que toca à "estada média no alojamento turístico da RAM foi de 4,80 noites, ligeiramente inferior à do ano anterior (4,86 noites)", sendo este o único indicador em remissão.
Quanto ao RevPAR, "que mede o proveito obtido por quarto disponível, atingiu, em 2022, os 59,84 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +54,0% que em 2021 e +35,1% que em 2019", sendo que "o proveito de aposento por quarto utilizado (ADR), no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), rondou os 84,66 euros, em 2022, +8,3% que no ano transato".
Olhando apenas à Hotelaria, que é o 'motor' do sector do turismo que, por sua vez, é o 'motor' da economia regional, esta "registou cerca de 7,5 milhões de dormidas, em 2022, crescendo 91,7% comparativamente a 2021 (+10,8% face a 2019) e concentrando 77,6% do alojamento turístico coletivo", refere a DREM, sendo que "os proveitos totais e de aposento deste segmento subiram 99,6% e 103,9%, respetivamente, face a 2021, e pela mesma ordem, 29,2% e 35,2%, comparativamente a 2019".
"As dormidas dos residentes no estrangeiro ultrapassaram os 6,1 milhões (82,2% do total da hotelaria), tendo crescido 110,5% em comparação com o ano precedente. O Reino Unido foi o principal mercado (quota de 24,2% do total), seguido da Alemanha (quota de 19,4% do total). Em termos de evolução, foi o mercado germânico que apresentou um maior crescimento face a 2021, de +144,7%, comparativamente ao britânico, que registou um aumento de 105,5%", realça.
Diz ainda a autoridade estatística que "os turistas nacionais produziram 1,3 milhões de dormidas (+35,7% que em 2021), representando 17,8% do total de dormidas da hotelaria. O mercado português também se destacou neste segmento como o terceiro mais importante, seguido do britânico e alemão".
Quanto à "taxa líquida de ocupação-cama anual rondou os 64,0%, +16,5 p.p. que em 2021 e +2,1 p.p. que em 2019. Por sua vez, a taxa líquida de ocupação-quarto foi de 73,2%, +20,8 p.p. que em 2021 e +5,3 p.p. que em 2019", sendo que "a estada média neste segmento da RAM foi de 4,87 noites, ligeiramente inferior à do ano anterior (4,89 noites)".
Já a "média anual de 2022 do rendimento por quarto (RevPAR) foi de 63,80€ (+50,4% face a 2021) e o proveito de aposento por quarto utilizado (ADR) de 87,11€ (+7,7%). Comparativamente a 2019, o RevPAR cresceu 33,4% e o ADR 23,9%", aponta.
Olhando ao turismo em espaço rural (TER), no ano passado a média de estabelecimentos em funcionamento "foi de 58, onde foram geradas 213,5 mil dormidas, representando um acréscimo de 66,2% relativamente a 2021 e de 35,0% face a 2019", sendo este o segmento menos representativo.
Isto porque o Alojamento local (AL) foram "registados 380,4 mil hóspedes entrados (+115,6%) que deram origem a mais de 1,9 milhões de dormidas, traduzindo um acréscimo de 101,3% face a 2021 e de 57,9% comparativamente a 2019", confirmando e reforçando a sua posição como segundo segmento mais importante.
Também o 'time-sharing' "verificou-se a entrada de 59,8 mil hóspedes (+131,1% que em 2021), enquanto as dormidas fixaram-se nos 622,9 mil, aumentando 130,3% face a 2021 e caindo 0,3% em relação a 2019", denotando-se que este já foi um segmento mais forte do que é hoje, apesar do aumento face ao ano anterior.
"De notar que dos hóspedes entrados e das dormidas, cerca de 69,4% e 68,4%, pela mesma ordem, já se encontram contabilizados na hotelaria, dado que todos os estabelecimentos de time-sharing na modalidade de 'habitação turística' estão contemplados na amostra do Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos (IPHH)", esclarece a DREM.
Pelos outros tipos de alojamento turístico coletivo, a DREM contabiliza ainda as "28,4 mil dormidas nas colónias de férias e pousadas de juventude, representando um acréscimo de 129,4% em relação a 2021 e de 19,7% face a 2019", sendo que "o mercado nacional foi responsável por 70,5% do total dessas dormidas (+119,1% que em 2021)".
Por fim, dois segmentos à parte. Primeiro o golfe na Região Autónoma da Madeira, cujo 'Inquérito aos Campos de Golfe' "revela, em 2022, a realização de 69 288 voltas nos três campos de golfe da RAM (+51,9% que em 2021 e +6,0% que em 2019), tendo gerado cerca de 3,1 milhões de euros de receitas".
Também o movimento de passageiros em navios de cruzeiro que, de acordo com os dados fornecidos pela Administração dos Portos da RAM, em 2022, "foi contabilizada a entrada de 323 navios de cruzeiro (mais 198 que em 2021 e mais 25 que em 2019), registando-se 410,3 mil passageiros em trânsito (+260,5% que em 2021 e -30,3% que em 2019), com 90,4% desse movimento a se registar nos 1.º e 3.º quadrimestres do ano", destacando-se aqui que o mercado ainda não recuperou, em termos de passageiros, a procura de outros anos antes da pandemia.