Presidente da República sai do Hospital de Santa Cruz e fala aos jornalistas
O Presidente da República teve alta hospitalar e saiu hoje pelas 20:00 do Hospital de Santa Cruz, onde chegou cerca das 16:00 e esteve a realizar exames, após ter desmaiado numa iniciativa no concelho de Almada.
Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas à saída do Hospital de Santa Cruz, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, relatando que teve "uma quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal", para o qual talvez tenha contribuído "beber um moscatel quente".
O chefe de Estado disse que não ficou no hospital durante a noite as análises "foram claramente positivas" e não deixaram dúvidas, acrescentando: "Sinto-me bem".
O Presidente da República informou que levava consigo um aparelho para registar a evolução da sua tensão arterial até quinta-feira ao fim da manhã e que lhe foi recomendado que beba mais água.
Interrogado sobre eventuais mudanças na sua agenda, respondeu que por agora ia para o Palácio de Belém descansar e que vai ver na quinta-feira em que estado é que está, se há uma "estabilização da tensão", admitindo deixar cair algumas iniciativas nos próximos dias.
Sobre as mensagens e telefonemas que recebeu enquanto esteve no hospital, Marcelo Rebelo de Sousa contou que quando falou por telefone com o primeiro-ministro, António Costa, lhe deu uma certeza: "Ainda não é desta que eu morro".
"Nós temos sempre esta brincadeira que é saber quem é que faz o elogio fúnebre um do outro", revelou.
O Presidente da República realçou também a chamada que recebeu do presidente do PSD, Luís Montenegro, a visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e um telefonema de "um dos chamados candidatos a candidatos a Belém", que não quis nomear, a quem aconselhou "calma, que ainda não é ocasião para começar a campanha eleitoral".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a indisposição que teve hoje, no fim de uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Almada, distrito de Lisboa, que não constava da sua agenda tornada pública, foi semelhante à de junho de 2018, em Braga, "também num dia muito quente", e para isso possivelmente contribuiu desta vez "beber um moscatel quente".
"Comecei a ter os mesmos sintomas que tinha tido em Braga, que é quebra de tensão. Há uma quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal, a sentir tudo a ser distanciado", descreveu.
Rodeado de gente, o chefe de Estado tentou afastar-se e "chegar ao edifício sem ter desmaiado", mas não conseguiu.
"Já não consegui, mas foi muito curto comparado com o de Braga, que foi muito mais longo", acrescentou.
O Presidente da República salientou que não sentiu "dor nenhuma", mas que fez exames para excluir qualquer problema cardíaco.
Hoje, cerca das 15:45, a assessoria de comunicação da Presidência da República informou que "o Presidente da República teve uma indisposição após uma visita na Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, e foi ao Hospital de Santa Cruz por precaução".
Perto das 18:00, Miguel Mendes, diretor do serviço de cardiologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, de que faz parte o Hospital de Santa Cruz, disse aos jornalistas que o Presidente da República se encontrava "muito bem", a conversar, "na plena posse das suas capacidades", que os primeiros exames tiveram "resultados normalíssimos" e aguardavam os resultados de outros.
Marcelo Rebelo de Sousa teve entretanto alta hospitalar e saiu a pé do hospital aproximadamente quatro horas depois de ter entrado.