Desporto

Clubes contestatários detectam indícios de irregularidades

SAD do Marítimo e do Cova da Piedade suspeitam de ilegalidades passíveis de exclusão de candidatos admitidos pela Liga

None

A consulta dos processos de licenciamento dos clubes admitidos pela Liga nos campeonatos profissionais, autorizada só hoje pelo organismo presidido por Pedro Proença, tem sido dificultada, de modo a não comprometer a cerimónia do sorteio que definiu o calendário oficial que decorreu desde as 19h30  em Lisboa.

A consulta tem decorrido na sede da Liga, no Porto, que assim afastou os contestatários do palco da festa, e segundo apurou o DIÁRIO tem sido morosa.  Num primeiro momento foi retardada, alegadamente por atraso na conclusão das actas da Comissão de Auditoria, e depois, dificultada, já que cada SAD teve que aceder à vez a toda a documentação disponibilizada.

O Marítimo não foi a única SAD a  pedir acesso aos processos de licenciamento, até porque são várias as suspeitas e as convicções que apontam para indícios de irregularidades que na sua maioria são passíveis de exclusão dos candidatos.

Por exemplo, a Sociedade Desportiva do Clube Desportivo da Cova da Piedade, que resulta da fusão da despromovida BSAD e do Clube Desportivo da Cova da Piedade, fez saber hoje que existem indícios de irregularidades que se prendem com "capital social insuficiente para participação nas competições profissionais; aumento de capital não realizado dentro do prazo de inscrição o que consubstancia quer uma violação dos Regulamentos da Liga, quer da lei das sociedades desportivas e tem carácter eliminatório; estádios admitidos que podem não se encontrar nesta fase em condições de ser licenciados; clubes com dividas às instituições desportivas, que é factor de eliminação só por si; e ainda dúvidas sobre a inexistência de dividas ao fisco e à Segurança Social de alguns candidatos".

Na edição de amanhã, o DIÁRIO revelará também as desconfianças do Marítimo. O clube madeirense manifesta estar atento a tudo o que configure fraude e violação dos princípios da boa fé, transparência, integridade e concorrência leal das provas desportivas. Mas deixa claro desde já que “a falta de audiência prévia à decisão administrativa, quando não seja legalmente dispensada, constitui preteriação de formalidade essencial, conducente, em regra, à anulabilidade do acto”.

Como revelamos esta tarde, o Marítimo acusa Liga Portuguesa de Futebol Profissional de praticar "acto ilegal", já que empatou o clube madeirense durante dois dias no acesso aos processos de licenciamento, depois de ignorar um requerimento ao Presidente, Directores Executivos e membros das Comissões de Auditoria e Técnica de Vistoria para que se dignassem “admitir o direito legítimo de consulta dos processos de licenciamento de todas as sociedades desportivas elegíveis para participar na I Liga”. Mas também por nada dizer sobre o pedido que lhe fossem remetidos com carácter de urgência e por via electrónica, os pareceres da Comissão da Auditoria relativos a todas as entidades candidatas a disputar as Ligas Profissionais na próxima época desportiva, para assim no prazo de cinco dias se puder pronunciar na qualidade de cointeressada e no exercício do contraditório e do direito da audiência prévia.