Há 30 anos o DIÁRIO ponderava os custos do sonho de ter um lar na Madeira
"Menos 'papelada'' na compra de casa" era a notícia que fazia manchete a 5 de Julho de 1993
Há 30 anos, o tema da habitação estaca - como hoje - na ordem do dia.
O DIÁRIO noticiava que o Governo de Cavaco decidia pôr um ponto final em alguma burocracia existente na compra de casas. Nomeadamente, deixava de ser preciso ir ao notário para adquirir uma habitação.
Apesar da medida - qual programa 'Mais Habitação' da década de 90 do século XX - facilitar a compra de casa, o DIÁRIO estimava "os custos de um lar".
"Adquirir uma casa para viver é um objectivo da maioria das pessoas que não a receberam de herança ou por outro meio. No entanto, do sonho à reaIidade vai um grande caminho nem sempre fácil de cumprir. Na realidade, a aquisição de uma habitação constitui, para a maioria dos madeirenses um autêntico queba-cabeças. A saída mais 'fácil' é recorrer ao crédito. Mas existem empréstimos e empréstimos, aos quais se devem juntar despesas nem sempre presentes a quem se aventura por esta saída", escrevia então o DIÁRIO.
Contas feitas, e de acordo com o exemplo dado na altura, adquirir um apartamento de 10.000 contos (o equivalente a cerca de 50 mil euros) custaria na realidade 84 mil contos (quase 420 mil euros), acrescentando ao valor valor de avaliação e de transacção do imóvel, o custo do registo, de compra e do registo da hipoteca.
Volvidos 30 anos, comprar casa na Madeira custa já 2.560 euros por metro quadrado, segundo o índice de preços do idealista, divulgado na segunda-feira:
Comprar casa na Madeira custa já 2.560 euros/m2
Preço das casas aumentou 4,2% no segundo trimestre de 2023
Com efeito, e conforme alertou recentemente o DIÁRIO, para suportar compra de casa na Madeira é necessário ter um salário de mais de 3.500 euros.
Para suportar compra de casa na Madeira já precisa ter salário de mais de 3.500 euros
"Comprar uma casa é uma aspiração para muitas famílias de Portugal. Mas a que preço este sonho está disponível?", questiona a HelloSafe, uma plataforma líder para comparar produtos financeiros (seguros, crédito, investimentos) em Portugal. "Foi o que quisemos descobrir, calculando o salário mínimo mensal exigido pelos bancos para que uma família consiga um crédito habitação para um imóvel de 100m² nos diferentes distritos e regiões de Portugal". Partindo desse pressuposto, e no que à Madeira diz respeito, concluem que é a segunda região onde é preciso ganhar mais para conseguir suportar a compra de casa, mas também a segunda onde o preço por metro quadrado é mais cara, somente atrás capital portuguesa.
"Com um salário bruto médio de 3.165 euros para adquirir uma casa de 100m² em Portugal, fica evidente que o mercado imobiliário no país apresenta desafios financeiros significativos para as famílias. As diferenças regionais também destacam a necessidade de considerar cuidadosamente a localização e os custos envolvidos na compra de imóveis. É fundamental que os compradores avaliem suas capacidades financeiras e explorem opções de crédito adequadas antes de realizar esse importante investimento", constava a propósito Silvana Theodoro, analista da HelloSafe Portugal.
