Corrupção, a privada e a pública

“Toda a situação da PT é uma história de terror que acontece quando uma empresa das mais importantes do país é privatizada" e “Devemos aprender com o que vai acontecendo, olhar para as empresas que foram privatizadas, perguntar o que aconteceu a cada uma delas e aprender com isso. Talvez isso possa dar um bom indício de por que é que é uma má ideia privatizar a TAP“, afirmou Mariana Mortágua (MM) referindo-se à investigação do MP envolvendo altos quadros da Altice por alegados esquemas de corrupção que prejudicaram não só o Estado mas também a própria empresa. Contudo MM “esqueceu-se” que antes da privatização da PT e da “história de terror“ e alegada corrupção ora investigada esteve o “incorruptível” governo do PS liderado por José Sócrates (JS) que impediu a OPA da SONAE à PT o que permitiria mantê-la em mãos nacionais, pondo em prática diversas manigâncias e esquemas de favorecimento a outros “players” do mercado nomeadamente o Grupo Espírito Santo e a OI, que acabaram prejudicando gravemente a não só a PT como o interesse do País.

Quanto à TAP a sua anterior privatização foi uma das condições impostas pela Troika para conseguirmos o empréstimo que nos permitiu sair da bancarrota a que a incompetência governativa do PS e de JS nos levara. A renacionalização da TAP teve subjacente a aliança político-ideológica PS/BE/PCP (Geringonça) exclusivamente para permitir a António Costa (AC) ser 1º ministro o que custou ao erário público cerca de 4.000 milhões de euros, estando o atual governo PS de AC em vias de reprivatizar a TAP utilizando as mesmas justificações que usou para renacionalizá-la. Tanto quanto parece há para MM duas espécies de corrupção uma má e condenável exclusiva dos gestores das empresas privadas e uma corrupção menos má e “aceitável” que é exclusiva dos gestores da coisa pública. Se assim fosse a ditadura da R.P. da China não estaria volta não volta a condenar à morte gestores da coisa pública por corrupção.

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