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Portugal e Gana vão assinar acordo de defesa abrangendo múltiplas áreas

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Portugal e o Gana vão assinar um acordo de defesa, abrangendo áreas como segurança marítima, indústrias de defesa e missões de paz, durante a visita a Lisboa do Presidente do país africano, anunciou hoje a ministra da Defesa portuguesa.

"Tive ocasião de falar com o meu homólogo sobre o acordo de defesa que pretendemos assinar", e que "vai desenvolver a nossa relação bilateral em múltiplas áreas, designadamente a segurança marítima, as missões de paz, as indústrias de defesa, e uma variedade de áreas em que podemos melhorar, promover, aumentar a nossa cooperação", detalhou Helena Carreiras, em declarações a que a Lusa teve acesso.

O acordo vai ser assinado por ocasião da visita do Presidente do Gana, Nana Addo Akufo-Addo, a Portugal que vai ocorrer em 18 e 19 de julho, como a Lusa noticiou em meados de junho.

Helena Carreiras, em visita ao Gana, teve uma reunião com o seu homólogo, Dominic Nitiwul, onde reiterou o convite ao Gana para participar do Centro do Atlântico, uma iniciativa portuguesa que reúne 21 países de todo a região para promover o diálogo político, o conhecimento e a promoção do conhecimento e também a capacitação dos parceiros do ponto de vista de segurança.

O ministro da Defesa do Gana assegurou que o seu país irá juntar-se ao acordo e quer "garantir que ele se torne um programa do qual todos (os integrantes) se possam orgulhar".

Para o Gana como para todos as questões da segurança tornaram-se globais, e por isso vários temas foram discutidos e, em detalhe, "as questões de segurança do Golfo da Guiné", revelou.

"São questões muito importantes e agradecemos aos nossos amigos portugueses" a ajuda dada, sublinhou Dominic Nitiwul, referindo-se nomeadamente a barcos insufláveis doados em apoio a um programa em curso.

O ministro ganês destacou que "a segurança marítima e a luta contra o terrorismo" são prioridades e grandes "preocupações" do Governo do seu país e disse ter escutado com interesse a experiência de Portugal nesse domínio, nomeadamente no apoio a Moçambique.

"É verdade que não temos ataques terroristas no Gana", mas isso deve-se, frisou o ministro, aos programas de desenvolvimento do país, que proporcionam "estradas, escolas, saúde" e outros serviços à população.

Helena Carreiras e o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, estão hoje numa visita "também a preparar a visita de Estado do Presidente do Gana a Portugal", como referiu o chefe da diplomacia, em declarações enviadas à agência Lusa.

"Uma visita de grande utilidade, grande interesse, para o relacionamento entre os dois países, não só pela cooperação multilateral, mas também porque o Gana está numa região muito importante para Portugal, a África Ocidental", salientou.

João Gomes Cravinho, que se reuniu com a sua homóloga, Shirley Ayorkor Botchwey, realçou que é uma região que é politicamente muito relevante, mas também "economicamente tem um grande potencial e, numa perspetiva de segurança, também é da maior importância".

O programa da visita do Presidente do Gana, Nana Addo Akufo-Addo, a Portugal no próximo mês ainda não é conhecido, mas, como a Lusa noticiou, vai participar ao lado do seu homólogo português num diálogo que encerrará, em 19 de julho, o EuroAfrican Forum 2023, revelou fonte da organização do evento.