Montenegro fez declarações “infelizes" e "desconhece verdadeiro pulsar dos madeirenses", diz Sérgio Gonçalves
O PS qualifica a recente visita do líder nacional do PSD à Região como “uma manobra de pura propaganda eleitoralista em jeito de tournée de Verão”, apontando que, “em apenas quatro dias, Luís Montenegro não só deu vários tiros no pé, como demonstrou total desacerto na interpretação que fez do verdadeiro pulsar dos madeirenses”.
A apreciação é do líder dos socialistas na Madeira, Sérgio Gonçalves, que esta manhã, à margem de uma acção de contacto com a população do Funchal, classificou as declarações de Montenegro como “infelizes e certamente esclarecedoras sobre o projecto político que o PSD tem reservado para o País”.
“Ao admitir partir com ideias de mudança, o líder do PSD no continente confessou levar o peito inchado do fôlego de um regime de quase meio século que mantém a Região Autónoma da Madeira refém de um modelo de desenvolvimento esgotado e no topo dos piores indicadores sociais”, criticou Sérgio Gonçalves.
Para o candidato do PS à presidência do Governo Regional, o facto de Montenegro afirmar que as políticas públicas do executivo de Miguel Albuquerque "são replicáveis no território continental" seria "caricato se não fosse, deveras, assustador”.
Os “dramas sociais provocados pelos desacertos da gestão social-democrata na Região”, referiu, “passaram ao lado de Luís Montenegro que, sem qualquer sentido de oportunidade, acenou com bandeiras laranja em áreas de governação onde já existem bandeiras vermelhas”, vincou o socialista em nota de imprensa.
Sérgio Gonçalves realça, a propósito, que “no mesmo dia em que a imprensa Regional lançou um alerta de descalabro no Sistema Regional de Saúde, Luís Montenegro veio a público dizer que gostaria de aplicar a mesma receita em todo o país”.
Numa outra nota, lembra as contendas políticas em matéria de “taxa de pobreza e exclusão social, fuga de jovens qualificados por falta de oportunidades, habitação a preços descontrolados e proibitivos, drogas e insegurança nas ruas, os salários mais baixos de Portugal e uma carga fiscal que não esgota o diferencial previsto na Lei das Finanças Regionais”.
Quanto à execução das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, Sérgio Gonçalves diz ser também “incompreensível que se batam palmas a gruas que trabalham numa terra onde há milhões desbaratados em obras inúteis e inventadas ainda por esclarecer”.
“Luís Montenegro leva na bagagem a cartilha errada, pois a governação da República está focada nas necessidades reais das pessoas, não em tsunamis que justifiquem um mal chamado investimento”, atirou.