Madeira

Albuquerque incita empresários a “posições cívicas” mais “claras e inequívocas”

O presidente do Governo Regional disse ser importante para quem governa ter o feedback relativamente às políticas. Entre os exemplos destacou o alojamento local e os vistos gold

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Miguel Albuquerque voltou a criticar, esta manhã, a decisão do Governo da República em taxar o alojamento local em mais 15% e pôr fim aos vistos gold. De caminho, o presidente do Governo Regional incitou os empresários madeirenses a assumirem “posições cívicas” mais “claras e inequívocas” quanto às políticas ditadas pelos governos, pois só assim poderão ter influência nas medidas a implementar e no encaminhamento das diferentes matérias com interesse para a sociedade.

Foi numa visita a um dos grupos BNI existentes na Madeira que o chefe do Executivo madeirense incitou os empresários locais a fazerem valer os seus interesses, dando como exemplo o que acontece no países anglo-saxónicos, onde as associações empresariais e os grupos de empresas dos diferentes sectores têm, disse, uma influência considerável no panorama político.

Falta, no entender de Albuquerque, “posições claras e inequívocas sobre matérias de âmbito político na defesa dos interesses dessas mesmas empresas”, pois entender ser “muito importante para quem governa ter um feedback positivo ou negativo relativamente às políticas que estão a concretizar”.

Dando o exemplo da nova legislação sobre alojamento local ou vistos gold aprovada na Assembleia da República, o presidente do Governo incentiva as empresas madeirenses a mostrarem o seu descontentamento com essas políticas.

“Se nós temos um conjunto alargadíssimo de empresários na Madeira que vivem e têm um complemento de rendimento no alojamento local, é muito importante que esses empresários tomem posição, como aliás já tomaram a nível nacional, sobre esta vergonha de se aplicar um imposto extra de 15% sobre o alojamento local, quando os empresários já pagam imposto que não é propriamente reduzido”, afirmou.

Na ocasião, perante duas dezenas de empresários de diferentes áreas de negócio, o Miguel Albuquerque falou ainda, da intenção do Governo Regional em passar a taxa de IRC na Madeira para 10%, aquando da revisão da Lei das Finanças Regionais. "A Madeira está num mercado europeu e mundial, tem um 'handicap' de ser uma ilha com reduzida escala de mercado, e uma das formas de atrairmos investimento, sobretudo nas áreas das tecnologias, das empresas de ponta, da energia e aquelas que são decisivas para o futuro, é termos uma taxa de IRC geral mais baixa ou concorrencial com países que, neste momento, fazem uma grande concorrência à Madeira", dando como exemplo a Irlanda (12%), a Bulgária ou a Hungria (ambos com taxas de 10%).  

Sobre o grupo BNI (business network international), que comemora agora 10 anos de presença na Região, Miguel Albuquerque disse ser uma “excelente iniciativa”, que desconhecia, apontando ser "algo que se deve replicar” depois de ter tomando contacto com esta realidade.