Anuladas candidaturas de 12 opositores concorrentes ao parlamento no Zimbabué
Um tribunal do Zimbabué anulou ontem as candidaturas de 12 opositores da Coligação dos Cidadãos para a Mudança (CCC) que concorriam ao parlamento nas eleições gerais de agosto, por considerar que apresentaram as correspondentes formalidades fora do prazo.
A CCC criticou a decisão e anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal.
"Os cidadãos têm o direito de nomear os seus candidatos dentro do âmbito da lei e de serem representados por deputados da sua escolha numa eleição livre e justa", disse o porta-voz Fadzayi Mahere.
Os opositores lesados procuravam lugares nos círculos eleitorais de Bulawayo, incluindo Cowdray Park, que está a ser disputado pelo ministro das Finanças, Mthuli Ncube, que agora não tem oposição após a decisão do tribunal, relata o diário zimbabueano News Day.
Ncube é um dos vários candidatos do partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué (Zanu-PF), que, sem adversários após a decisão do tribunal, irá ganhar um dos três lugares em disputa em Bulawayo, a segunda maior cidade do país e um antigo bastião da oposição.
A comissão eleitoral do Zimbabué aprovou finalmente 12 candidatos para as eleições gerais de 22 de agosto, nas quais, para além da presidência, estão em jogo todos os 210 lugares da Assembleia Nacional e 80 do Senado.
O processo de validação destas candidaturas foi marcado por controvérsias e acusações da oposição sobre a alegada falta de independência da comissão eleitoral, que teve de recuar após ter anulado a candidatura presidencial de Elisabeth Valerio, da Aliança Unida do Zimbabué.
Há uma semana, Valerio ganhou o seu recurso no Tribunal Superior do Zimbabué, após a sua candidatura ter sido rejeitada por alegada falta de pagamento de taxas.
Além Valerio, a única mulher candidata entre os 12 candidatos à presidência, há ainda as candidaturas do atual Presidente, Emmerson Mnangagwa, e do líder da oposição, Nelson Chamisa, ambos na linha da frente.