Um comunicado emitido esta manhã pelo secretariado do nacional do partido Juntos Pelo Povo (JPP) explica que entende a decisão de Filipe Sousa, nomeadamente a de não se candidatar às próximas eleições legislativas de 24 de Setembro, bem como de deixar o cargo de presidente desta formação política que fundou, tendo por objectivo dedicar-se de totalmente ao mandato autárquico que exerce na Câmara Municipal de Santa Cruz.

Contudo, este órgão não faz qualquer referência à demissão de Miguel Alves, vogal da direcção do partido, que justifica hoje no DIÁRIO as razões da demissão pelo 5.º lugar na lista candidata do partido em que Filipe Sousa tinha sido colocado, tendo este dirigente e deputado regional feito duras críticas internas, falando nomeadamente de "traição, conspiração e desprestígio".

Filipe Sousa demite-se da liderança do JPP

A notícia que faz a manchete de hoje do DIÁRIO aborda a demissão de Filipe Sousa da liderança do JPP. Mas as baixas não se ficam pelo líder, já que Miguel Alves, vogal da direcção, também bateu com a porta, em protesto pela atribuição do 5.º lugar ao presidente do partido nas eleições regionais e fala de “traição, conspiração e desprestígio”. Temos uma das primeiras polémicas partidárias que vão, certamente, marcar o acto eleitoral que está agendado para o próximo dia 24 de Setembro.

"Os períodos eleitorais e de organização de listas são sempre momentos em que o JPP debate, dialoga mas, acima de tudo, mantém o espirito democrático que sempre caracterizou o partido", começa por situar. "Efetivamente, o Secretariado Nacional recebeu uma carta do Filipe Sousa, minutos antes de um debate alargado entre este órgão executivo e vários militantes do Partido (a pedido destes) debate este onde o atual autarca do município de Santa Cruz não marcou presença", garante.

Nessa carta, diz o Secretariado Nacional, " Filipe Sousa manifestou a vontade de se demitir do cargo de presidente do JPP, reeleição ocorrida em janeiro deste ano, justificando a decisão com o facto de querer 'exercer e terminar e continuar o meu mandato de presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz com total liberdade, acima de tudo de expressão'", citam o visado, que garante estar centrado "na defesa acérrima dos munícipes Santacruzenses. A carta regista também o facto de, esta decisão permitir total liberdade e desapego de 'queixas e queixinhas' que chegam à Comissão Nacional de Eleições, cumprindo o seu mandato concedido pelos cidadãos que o elegeram".

Portanto, "perante uma decisão pessoal em, primeiramente, não integrar a lista candidata à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e, posteriormente, optar por dedicar-se ao mandato em Santa Cruz de forma incondicional, demitindo-se do cargo de presidente do Partido, o Secretariado Nacional do JPP mais não fez do que respeitar esta mesma decisão", assegura.

Termina, frisando que "este órgão executivo realça o papel de Filipe Sousa e da sua entrega abnegada e intransigente ao trabalho em prol do povo de Santa Cruz, na defesa dos mais fracos e dos direitos dos Santacruzenses reforçando que este Partido conta com todos os 'Filipes', militantes ou simpatizantes, para enfrentar os duros combates que se avizinham: Em Frente, Sem Medo!", conclui.