(in)Segurança no Funchal
No 2º semestre do ano transacto, Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), alarmava toda a população funchalense com um suposto aumento da criminalidade e insegurança na cidade, não apresentando números estatísticos concretos que o validassem, parecendo apenas ir navegando a onda das redes sociais e de alguns jornais (e como navegador já tem pergaminhos provados) ou como resultado das rondas que fazia a altas horas pela cidade, qual guarda-nocturno do povo.
E sugeriu ainda que a eventual falta de policiamento pudesse ser colmatada pela presença do Exército nas ruas do Funchal, uma espécie de Processo de Venezuelização em Curso, o qual pareceria pouco maduro para uma cidade com o impacto turístico que tem. Não podendo desfilar o Exército pelas ruas funchalenses houve o encerramento de casas abandonadas (boa medida) e o fecho de ruas com portões (esta mais duvidosa mas ao encontro da "condominização" ou "dubaização" a que se assiste na cidade nestes anos recentes).
A semana passada, nas Jornadas Madeira, surgiu uma pessoa, por coincidência com o mesmo nome e fisicamente igual ao presidente da CMF (provavelmente o 3º gémeo agora tão em voga nas novelas), a afirmar que não se pode falar de insegurança na cidade (a existente será residual), que todas estas notícias serviriam para vender jornais ("há outros problemas que têm de ser resolvidos na cidade do Funchal, mas não é certamente o problema da segurança").
Já sabíamos que o Sr. Presidente era um bravo atleta de desporto motorizado, agora o que ainda não conhecíamos eram os seus pergaminhos como atleta de ginástica desportiva, tais as piruetas e flic-flac a que assistimos na modalidade de insegurança na cidade. É extraordinário como a aproximação de eleições faz os políticos conseguirem fazer desaparecer aquilo que anteriormente tinham definido como problemas ou fazer aparecer projectos que, num passado recente, seriam inviáveis, numa espécie de truques de magia dignos de Houdini.
Filipe Viegas