À dúzia será mais barato?
Comissão Nacional de Eleições vem cinco dias à Região e traz comitiva de peso. Não havia necessidade
Boa noite!
Não morro de amores pelos que tudo fazem para limitar a liberdade de informar sempre que há eleições e continuam a julgar os eleitores como tolos por via da imposição cega de leis anacrónicas.
Neste lote estão incluídos os estrategas da política regional que aproveitam 60 dias de glória antes do veredicto final para exigir um severo parêntesis no jornalismo, queixando-se por tudo e por nada, ora porque uns usam armas a que todos recorrem com frequência, ora porque outros dão notícias, ou então sugerindo que se suspendam os comentários e que os artigos de opinião sejam substituídos por poesia.
Tenham os nomes que tiverem, esta gente está a mais na democracia porque atenta contra as liberdades.
Vem a convicção a propósito da Comissão Nacional de Eleições (CNE) estar desde ontem na Região, alegadamente determinada em preparar as eleições para a Assembleia Legislativa, marcadas para 24 de Setembro. Sempre que há Regionais, a romagem faz-se e entre almoços e jantares há tempo para reuniões com partidos políticos, ANAFRE, AMRAM, forças de segurança e órgãos de comunicação social. Uma trabalheira.
A CNE tem o condão de não agradar. Nem a uns. Nem a outros. Eis dois exemplos recentes, oriundos de famílias políticas distintas.
Para mim, tanto faz. Aliás, os seus doze! membros que integram a comitiva da visita à Região, conforme documenta a fotografia tirada hoje na ALM, sabem bem o que a casa gasta.
Sem prejuízo da observância do princípio da igualdade de oportunidades, da não discriminação das candidaturas e do pluralismo democrático, a nossa cobertura rege-se apenas por critérios editoriais. Por muito que alguns tentem impor um intervalo no jornalismo, resumindo-o a iniciativas de propaganda política ou a extensões de tempos de antena, o DIÁRIO e os seu meios valoriza a diferenciação dos conteúdos e aposta numa programação própria, de modo a que os leitores tenham acesso ao maior número de elementos necessários e esclarecedores, para que depois possam fazer livremente as suas escolhas. O resto é conversa. Ou talvez não.
A Entidade Reguladora para Comunicação Social (ERC) também vem de magote à ilha ou vai voltar a fazer aquele número de circo de pedir aos meios de comunicação social que façam o trabalho que lhe compete e ordenar dados exaustivos relativos à cobertura jornalística da campanha das eleições, como o envio de data de publicação e n.º de página de artigos de opinião da autoria de candidatos às eleições, bem como data de publicação de e n.º de página de entrevistas a candidatos?
Se voltar a tirar tempo a quem tem mais que faça, convém que saiba: 1. Os colaboradores dos nossos painéis de opinião, nalguns casos com décadas, não foram escolhidos em função de serem hipotéticos candidatos às eleições, nem de acordo com a sua ligação a partidos. 2. Os nossos recursos também são escassos, logo, não deve a ERC sobrecarregar com burocracias quem tem como missão informar. 3. Tentar brilhar com o trabalho dos outros é, no mínimo, abusivo. Até porque os redundantes relatórios apenas têm provado que neste jornal nada devemos ao bom senso.