Regionais 2023 Madeira

CHEGA reitera que a "habitação digna é um direito humano"

CHEGA-Madeira critica apatia do governo perante a crise na habitação

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Uma comitiva do CHEGA-Madeira visitou as instalações da PrediClub, uma das agências imobiliárias de referência do mercado madeirense, que se tem vindo a destacar pelos serviços que presta a clientes regionais, nacionais e internacionais, assim como pelo papel social que tem assumido, incluindo no apoio a várias instituições de cariz humanitário.

A reunião, da qual deram nota de imprensa e que teve lugar na nova sede da empresa, localizada na antiga Quinta Lido Sol, teve por finalidade aprofundar o conhecimento do partido sobre as dinâmicas do mercado imobiliário regional, em especial os grandes desafios que têm vindo a ser sentidos pelos cidadãos madeirenses nos processos de aluguer ou aquisição de casa própria.     

Durante a visita, Miguel Castro abordou com os responsáveis da empresa várias questões relacionadas com o estado da habitação na Madeira e no Porto Santo, recolhendo a opinião e o parecer de profissionais que, todos os dias, são confrontados com a realidade do sector. Na sequência das conversas tidas, o líder do CHEGA-Madeira e cabeça de lista às eleições legislativas regionais teceu alguns comentários sobre a visita e os temas discutidos.

“Esta empresa é uma de várias que estão envolvidas com a realidade do mercado imobiliário, e, por isso, a visita foi extremamente proveitosa porque permitiu colher opiniões de profissionais que se dedicam a uma área que é, ao mesmo tempo, uma fonte relevante de receita para a Região, mas também um tema de grande preocupação para muitos madeirenses, incluindo os jovens que procuram a sua primeira habitação.”   Líder do CHEGA-Madeira, Miguel Castro

Sobre o assunto, o líder do CHEGA-Madeira começou por referir que, ao contrário de outros temas, a questão da habitação é complexa e reveste-se de especial importância, não só por ser um direito fundamental, mas também por estar associada aos temas do envelhecimento da população e do planeamento familiar, pois não é possível aos cidadãos criarem família e planearem a sua vida a longo prazo sem verem assegurado o seu direito a uma habitação acessível, segura e digna. Para Miguel Castro, “Associadas à questão da habitação estão outras questões que tocam em temas fulcrais, tais como a pirâmide etária da nossa população, o rejuvenescimento das nossas comunidades e o respeito pelos Direitos Humanos dos cidadãos, os quais têm de ser imperativamente salvaguardados.”    

Aprofundando o assunto, Miguel Castro classifica como “inaceitável” que o governo regional, tal como o da República, ainda não tenha desenvolvido esforços sérios no sentido de resolver os bloqueios criados aos cidadãos da Madeira e do Porto Santo pelo estado atual do mercado imobiliário.

“Não faz sentido nenhum que as pessoas que trabalham, pagam os seus impostos e têm os salários que este país lhes paga nem possam sonhar com casa própria, tal como não faz sentido nenhum que os jovens casais vejam a sua vida familiar adiada por causa das condições injustas que são exigidas pela banca. É preciso resolver este assunto com inteligência, encontrando soluções que sirvam os cidadãos, primeiro e acima de tudo, e também permitam à Região proteger uma importante fonte de receita.”     Miguel Castro, cabeça-de-lista às 'Regionais'

Face a esta situação, Miguel Castro observa que não é suficiente apontar o dedo ao funcionamento do mercado e urge as lideranças políticas a exigirem uma atitude diferente da banca e a reverem as condições salarias praticadas em todo o país.

“Não bastam afirmações pontuais de preocupação. É preciso empenho e seriedade. Por exemplo, a banca desempenha um papel central neste processo e tem a obrigação de rever as desumanas exigências que estão a fazer a quem quer comprar casa, pois não podem estar a registar lucros diários de milhões, ao mesmo tempo que dificultam a vida daqueles que lhes pagam os resgastes quando as coisas correm mal.  A juntar a isto, é mais que tempo de rever as condições salariais dos trabalhadores. Neste momento, somos uma terra de baixos salários, onde a pobreza prolifera. Os níveis salariais têm de ser revistos, quer no público, quer no privado, pois as pessoas têm de ganhar mais. Neste momento, milhares só trabalham para pagar contas, e, muitas vezes, nem para isso o salário chega. Temos de mudar o paradigma instalado em matérias de vencimentos e dar aos trabalhadores e às famílias meios para terem melhores condições de vida.”

A concluir, Miguel Castro critica o executivo de Miguel Albuquerque pelo que entende ser a sua “falta de interesse” em resolver um assunto que tanto penaliza os cidadãos. “Por muito que fale de António Costa e do governo da República, o PSD tem tido a mesma postura, na Madeira, que o PS tem no continente. Não há ideias, não plano, não há ação, mas passividade e a gasta desculpa que é ‘o mercado a funcionar’. As populações merecem mais do que uma liderança de desculpas, que só se interessa em ajudar os que se enriquecem aos milhões, enquanto aqueles que trabalham de sol a sol nem uma casa digna se conseguem comprar.”