Filipe Sousa diz que Comissão Nacional de Eleições o "persegue"
Autarca acusa órgão responsável por fiscalizar e disciplinar o processo eleitoral de "ter dois pesos e duas medidas para medir a legitimidade democrática", sendo pouco atento e isento.
Em causa estará um alegado processo na sequência de uma troca de argumentos com a Secretaria Regional do Ambiente
O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Filipe Sousa, emitiu esta terça-feira, 25 de Julho, um comunicado em que afirma ser perseguido pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e acusa órgão responsável por fiscalizar e disciplinar o processo eleitoral de "ter dois pesos e duas medidas para medir a legitimidade democrática", bem como de ser pouco atento e isento. A CNE desloca-se esta semana à Região Autónoma da Madeira, uma visita descrita como "um passeio ao lado fixe da ilha" pelo autarca.
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"A CNE parece querer suspender a minha legitimidade democrática como presidente de Câmara e me impedir de defender a população que represento e o órgão que presido de mentiras, calúnias e outras manobras. Ou seja, tenho de estar calado quando toda a gente pode falar e dizer o que bem lhe apetece", justifica o edil de Santa Cruz.
Há dez anos, que este organismo me persegue, quer seja candidato ou não. Seja em que eleições forem, lá anda o Filipe Sousa a ter de justificar o seu trabalho de autarca em período de campanha ou mesmo fora dela. Filipe Sousa, presidente CMSC
Em causa, expõe, estão trocas de argumentos com a Secretaria Regional de Ambiente e Alterações Climáticas sobre o combate às perdas de água no concelho de Santa Cruz: "Atacado pela senhora secretária do Ambiente, que proferiu mentiras relativamente ao nosso investimento no combate às perdas de água, lá defendi não a mim mesmo, mas ao trabalho sério de muita gente que, pela primeira vez, está a ser realizado em Santa Cruz, quando esteve durante anos esquecido. Logo saltou a CNE, secundada pelo Ministério Público, e já vem processo judicial a caminho".
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A Câmara Municipal de Santa Cruz vem, através de comunicado, criticar a secretária do Ambiente por ter anunciado “tarde e mal” 30 milhões de euros para combate às perdas de água, através do programa comunitário 20/30. A notícia fez a manchete de hoje do DIÁRIO.
Filipe Sousa defende-se afirmando que este ano não é candidato às eleições Regionais, enquanto que a secretária regional do Ambiente, Susana Prada "pode usar o seu cargo governamental para denegrir e criticar um outro órgão eleito".
A CNE parece ter dois pesos e duas medidas para medir a legitimidade democrática e parece ter uma atenção centrada em autarcas que nem vão a eleições e uma total cegueira relativamente a governantes que vão estar, muito brevemente, sujeitos ao julgamento da população nesse ato nobre que é o voto. Filipe Sousa, presidente CMSC
A deslocação à Região Autónoma da Madeira é descrita pelo autarca como "um passeio ao lado fixe da ilha", onde irá reunir-se com "aqueles a quem nunca incomoda: O impune Governo Regional, a mansa AMRAM ao serviço do Governo Regional, o representante da República e outros que tais", critica.
Filipe Sousa propõe à CNE "um guia alternativo" para a visita à Madeira, nomeadamente, reunir com " todos os autarcas, especialmente os que estão fora do eixo PSD/CDS, para saber o que pensam e para ver o trabalho hercúleo que fazem numa terra de uma democracia cheia de vícios", realizar uma "visita guiada a inaugurações pré-eleitorais e anúncios e notícias diárias de propaganda soviética", bem como um "estudo profundo das notícias que se escrevem e dos seus protagonistas e assuntos nos períodos pré e campanha eleitoral por parte do eixo do poder".
O autarca disponibiliza-se ainda para "agilizar uma visita guiada a Santa Cruz para perceberem, de uma vez por todas, qual o verdadeiro trabalho de um presidente de Câmara, as dificuldades que tem de enfrentar e as lutas que tem de travar enquanto órgão eleito mais próximo da população".
Isto sim seria uma viagem profícua na tal preparação das eleições regionais. Agora fazer um passeio e visita aos amigos, que elegem os tais representantes civis da CNE, não faz nada por nós, nem pela Democracia que bem merecia uma CNE mais atenta e isenta. Filipe Sousa, presidente CMSC