Na lua!
As festas partidárias são como as sondagens, “valem o que valem”. Uma máxima política aplicável tanto à herdade, como à promenade
Boa noite!
Não tenham ilusões os que se envaidecem com a multidão que subiu ontem à herdade do PSD-M.
Uns subiram à montanha porque não perdem uma festa que seja. Outros porque queriam ser vistos. Muitos porque são militantes social-democratas convictos. E alguns porque são curiosos. Ou seja, independentemente do motivo da peregrinação anual, nem todos os que disseram presente, cantaram "Madeira és livre” o ou agitaram bandeiras vão votar na coligação de direita na Região. Porque na festa de ontem também deu para perceber que há gente que lida mal com a aliança prematura com o CDS, por sinal, nunca citado pelo líder nacional do PSD no seu discurso.
As festas partidárias são como as sondagens, “valem o que valem”. Uma máxima política aplicável tanto à herdade, que acolheu ontem milhares de entusiastas da maçaroca de Santana, da poncha da Serra de Água ou das sandes de lapas do Caniçal, como à promenade da Madalena do Mar que no final de Agosto vai acolher Tony Carreira, Sérgio Gonçalves e talvez as dissidentes.
As festas valem pelos números que ninguém controla, nem tem forma de verificar em tempo real. Alguém acredita que no chão social-democrata estiveram 45 mil pessoas?
As festas valem pelos soundbites. Luís Montenegro teve tamanho cuidado quando estipulou que António Costa e o Partido Socialista estão a viver na lua. E qual rapper, soltou o refrão: “Se nós temos um Governo a viver na lua, o melhor que temos a fazer é pô-lo na rua".
As festas valem pelos silêncios. O outrora líder e agora comentador nem uma linha dedicou, pelo menos até a esta hora, ao arraial vistoso.
As festas valem pelos lapsos linguísticos, pelo convívio entre amigos e pelas fotografias que atestam "mobilização para as lutas que se avizinham". Quem quis passar despercebido foi literalmente apanhado tal o batalhão de fotógrafos oficiais.
Só que as festas valem pouco. "As eleições só se ganham quando os votos são contados nas urnas”, o que implica "humildade e trabalho". O aviso do festeiro de ontem serve para o do próximo festival.