Espanhóis votam com avisos por causa do calor em várias regiões
Dez regiões de Espanha estão hoje sob avisos meteorológicos por causa do calor, em dia de eleições legislativas que se celebram, de forma inédita, num período de verão e férias.
As regiões da Andaluzia (sul), Aragão e Navarra (ambas no nordeste) estarão a partir das 13:00 (12:00 em Lisboa) sob aviso laranja, o segundo mais grave, por causa do calor e as previsões de temperaturas máximas a rondarem os 40 graus centígrados, disse a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet).
Outras sete comunidades autónomas (há 17 em Espanha) estão sob aviso amarelo, menos grave, por causa do calor.
A Aemet previu para este domingo em Espanha uma subida quase generalizada das temperaturas, depois de uma onda de calor já ter atingido o país durante a semana passada.
Espanha vota este ano pela primeira vez em eleições gerais numa época de férias de verão e com altas temperaturas, o que levou a um recorde de pedidos de eleitores para votarem por correio.
A lei espanhola permite a todos os recenseados em território espanhol votar por correio, o que pediram para fazer mais de 2,6 milhões de eleitores, tendo 94,2% deles (mais de 2,4 milhões) entregado o voto numa estação da rede Correios, segundo dados da empresa divulgados no sábado.
Nestas eleições estão chamados a votar 37.469.142 de eleitores, para escolherem 350 deputados e 208 senadores.
Até agora, o recorde de voto por correio estava nos 1,4 milhões das eleições espanholas de 2016.
A realização de eleições em pleno verão foi uma das polémicas da campanha, até pela coincidência, neste caso concreto, com uma onda de calor que registou recordes de temperatura em algumas regiões de Espanha.
As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas pelo primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.
Os socialistas ouviram acusações de terem convocado as eleições para estas datas intencionalmente, para o eleitorado descontente com o Governo atual não ir votar. Defenderam-se das acusações com os prazos da lei eleitoral, que não permitiam antecipar as eleições para mais cedo, e sublinharam que flexibilizaram as regras e os prazos do voto por correio, para o tornar mais ágil e acessível.
O Partido Popular (PP, direita), favorito nas sondagens, prometeu na campanha mudar a lei para proibir eleições em pleno verão, como já acontece, por exemplo, na lei eleitoral regional da Andaluzia, que estabelece que não se pode votar para o parlamento autonómico nos meses de julho e agosto, precisamente, por causa das limitações e perigos do calor.