Já ninguém quer “namorar” com Sérgio Gonçalves…

Acabar uma relação é, pelo menos para a maioria, difícil. E quase sempre se cai no chavão do “sabes, a culpa não é tua, é minha; tu és perfeita(o), eu é que não sirvo para ti”. Na prática, o que a maioria realmente pensa é o contrário do que diz, ou seja, o problema é mesmo o outro.

Todo este exórdio veio-me logo à cabeça ao ler as mensagens que Elisa Seixas e Sílvia Silva, ambas nas redes sociais, deixaram a Sérgio Gonçalves. Em suma, gostam muito dele e do que estão a fazer, mas é altura de “abandonar o navio” (qualquer equiparação com “ratos” é mera coincidência) e seguir a sua vida.

E, estranhamente ou talvez não, há outro factor comum, para além da declaração de apreço ao líder socialista: ambas arranjam, tal e qual se costuma fazer quando se termina um relacionamento, um “bode expiatório” exterior. Normalmente, é o excesso de trabalho, a distância, a falta de diálogo, etc… Para Elisa Seixas e Sérgio Gonçalves, o culpado é o Governo e a Oposição, aqueles “malandros” que se atreveram a pensar por sua própria cabeça e não seguir sugestões que, como se vê no Continente, não levariam a lado nenhum e que só iriam desacelerar o desenvolvimento que a Madeira vem registando.

Enfim, “bode expiatório” à parte e “desculpas esfarrapadas” à parte, a verdade é que as duas deputadas são apenas as primeiras de muitos que se preparam para “acabar” com Sérgio Gonçalves e assim fugir à derrota eleitoral que se avizinha, em Setembro.

Podem dizer-me que alguns também quererão promover “jogada de antecipação” e fugir a um eventual “esquecimento” do líder socialista na elaboração das listas.

Sim, até pode ser. Mas, nos casos destas duas deputadas e de outros que estão na mesma linha, a ideia que passa é mesmo a de não querer ficarem colocadas a um descalabro eleitoral.

E, como não têm a coragem de dizer a Sérgio Gonçalves a verdadeira razão, optam pela “mentira piedosa”: «Vai em frente, nós ficamos por aqui. Mas, vai que tu és bom e vais lá chegar…». Claro que o “vais lá chegar” é só “conversa mole” e a verdade é que há cada vez mais socialistas a não acreditarem no futuro deste PS.

Um PS que 40 anos ainda não aprendeu a conquistar os madeirenses e porto-santenses, os tais que, segundo o líder nacional e primeiro-ministro António Costa, não gostam dele. Um PS que 40 anos depois continuam com o “desfile de relacionamentos e de compromissos”, que acabam normalmente muito longe do altar, com anel de noivado devolvido.

O PS, diria eu, precisa urgentemente de quem os ajude a namorar, a conquistar, a manter uma relação. Assim, vai ficar sempre “solteiro”, qualquer que seja o líder que tenha. Ainda para mais o actual, que tem atrás de sim a sombra de um galã com sorriso lindo, embora de conversa “sonsa” e de ideias zero.

Ângelo Silva