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Líder Trabalhista reivindica vitória histórica no norte de Inglaterra

Maioria conservadora não está posta em causa, mas primeiro-ministro Rishi Sunak deve aproveitar para remodelação ainda hoje

Foto Jordan Pettitt/POOL/AFP
Foto Jordan Pettitt/POOL/AFP

O líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, reivindicou como histórica a vitória numa circunscrição eleitoral no norte de Inglaterra, mas falhou a conquista de um segundo assento parlamentar ao Partido Conservador por 495 votos.

O principal partido da oposição ganhou no círculo de Selby e Ainsty, no norte de Inglaterra, anulou uma maioria de 20.137 votos conquistada em 2019 pelo conservador Nigel Adams, cuja demissão desencadeou a eleição na quinta-feira. 

O 'Labour' ganhou com uma margem superior a 4.000 votos, garantindo a segunda maior vitória do partido numa eleição parlamentar parcial desde 1945 e elegendo Keir Mather, que, aos 25 anos, torna-se o mais jovem deputado britânico.

"Este é um resultado histórico, que mostra que as pessoas estão a olhar para o Partido Trabalhista e a ver um partido diferente, inteiramente centrado nas prioridades dos trabalhadores e com um plano ambicioso e prático", afirmou Starmer através da rede social Twitter.

O triunfo é considerado significativo porque foi obtido na região norte do país, onde o 'Labour' perdeu eleitorado para o Partido Conservador nas eleições legislativas de 2019.  

Os Conservadores liderados pelo primeiro-ministro, Rishi Sunak, também perdermodelaam uma confortável maioria em Somerton e Frome, sudoeste de Inglaterra, onde a liberal democrata Sarah Dyke ganhou por mais de 11.000 votos, substituindo o deputado demissionário 'tory' David Warburton, acusado de consumo de cocaína. 

"As pessoas de Somerton e Frome falaram em nome do resto do país, que está cansado do governo conservador de Rishi Sunak", afirmou o líder dos Liberais Democratas, Ed Davey.

O partido no poder conseguiu segurar o assento parlamentar de Uxbridge e South Ruislip, na zona oeste de Londres, onde o conservador Steve Tuckwell manteve o lugar que pertencia ao antigo primeiro-ministro Boris Johnson. 

A vitória só foi declarada após uma recontagem dos votos, que deu aos 'tories' uma vantagem de 495 boletins relativamente ao 'Labour' graças à campanha centrada na rejeição à introdução no subúrbio londrino de uma taxa diária sobre veículos mais poluentes pelo 'mayor' da capital, o trabalhista Sadiq Khan. 

O politólogo John Curtice calculou que, em média nas três eleições parciais realizadas na quinta-feira, o Partido Conservador registou uma queda de 21 pontos percentuais em termos de votos, pelo que o a vitória em Uxbridge deve ser celebrada com moderação. 

"Consideradas no seu conjunto, as três eleições são coerentes com a mensagem deprimente das sondagens de opinião de que os Conservadores estão muito atrás", salientou, em declarações à BBC.

Há meses que as sondagens dão ao Partido Trabalhista uma vantagem consistente de dois dígitos em todo o país sobre o Partido Conservador, que está no poder desde 2010.

As duas derrotas não afetam a maioria absoluta de Rishi Sunak na Câmara dos Comuns, mas a imprensa britânica tem especulado que o líder Conservador, que tem de convocar eleições legislativas até 2025 de janeiro, tenciona responder com uma remodelação governamental já hoje.