Desporto

Portugal peca em trilho acidentado e falha título e acesso olímpico no Euro sub-21

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Foto FPF

A seleção portuguesa de sub-21 andou distante da fasquia de gerações anteriores na sua nona participação em fases finais do Europeu da categoria e cedeu hoje nos 'quartos', fragilizada por 'baixas' de vulto e futebol oscilante.

Finalista vencida em 1994, 2015 e 2021, a equipa treinada por Rui Jorge partia como uma das sérias pretendentes à conquista do único troféu continental em falta no palmarés das seleções jovens lusas, mas raras vezes deslumbrou no plano exibicional e falhou ainda a hipótese de ocupar uma das três vagas disponíveis para os Jogos Olímpicos Paris2024.

A quinta melhor prestação de Portugal, atrás do trio de finais perdidas e do terceiro lugar obtido em 2004, fechou com um deslize ante a Inglaterra (1-0), campeã em 1982 e 1984, em Kutaisi, na Geórgia, país que tem albergado com a Roménia a 24.ª edição da prova.

Em simultâneo, a equipa nacional despediu-se sem atingir a quinta presença nos Jogos Olímpicos, após Amesterdão1928, Atlanta1996, Atenas2004 e Rio2016, a última delas guiada por Rui Jorge, o selecionador de sub-21 com maior longevidade a nível europeu.

As expectativas de Portugal foram, desde logo, limitadas pelas lesões sofridas por João Mário, Tomás Esteves ou Tiago Djaló e, já em pleno estágio, de David da Costa, Tomás Tavares e do capitão Fábio Vieira, eleito o melhor jogador da edição passada do torneio.

De fora dos 23 convocados ficaram também os 'elegíveis' Gonçalo Inácio, António Silva, Vitinha ou Gonçalo Ramos - melhor marcador absoluto na qualificação, com 12 golos -, todos chamados em junho à seleção 'AA' para mais dois duelos de acesso ao Euro2024.

Portugal descartou fazer qualquer partida de preparação durante o estágio na Cidade do Futebol, em Oeiras, e instalou-se na fase de grupos em Tbilisi, capital da Geórgia, onde 'caiu' na estreia frente aos anfitriões (2-0), com Tomás Araújo a ficar ligado aos golos de Giorgi Gagua e Saba Sazonov, antes de ter sido expulso com cartão vermelho direto.

Esse imprevisto desfecho pressionou os lusos a pontuarem na ronda seguinte, sob pena de serem automaticamente afastados, tendo André Almeida aberto o marcador face aos Países Baixos, antes de Brian Brobbey igualar para os campeões em 2006 e 2007 (1-1).

Na terceira e decisiva jornada, os vice-campeões em título precisavam de bater a Bélgica e que os georgianos não perdessem com os neerlandeses, cenário que se cumpriu com dramatismo do lado nacional e espanto perante nova prova de resistência dos anfitriões.

Se a Geórgia neutralizou os Países Baixos (1-1), impulsionada por graduais recordes de assistência em toda a história do Europeu de sub-21, uma grande penalidade convertida pelo capitão Tiago Dantas, aos 89 minutos, acelerou uma sofrível qualificação lusa, após Yorbe Vertessen ter 'anulado' o tento inicial de João Neves, eleito o melhor dessa ronda.

Portugal escalou duas posições para terminar na vice-liderança do Grupo A, com quatro pontos, um abaixo da Geórgia, que ganhou a 'poule' e também acedeu aos 'quartos', em oposição aos neerlandeses, que foram terceiros, com três, e à Bélgica, última, com dois.

A equipa das 'quinas' revigorou um percurso que parecia condenado ao insucesso, mas apenas de forma temporária, uma vez que prosseguiu com duas faces contrastantes na fase seguinte e permitiu à Inglaterra impor-se com um golo solitário de Anthony Gordon.

Perante a ausência de Fábio Vieira no vértice mais ofensivo do '4-4-2' de Rui Jorge, que se costuma transformar durante os jogos em '4-3-3', o internacional 'AA' Pedro Neto foi protagonista, mesmo sendo um dos cinco avançados convocados sem tentos marcados.

Esse contributo foi repartido por três médios, incluindo o estreante absoluto João Neves, numa equipa cujos totalistas foram os defesas Alexandre Penetra e Nuno Tavares e o guarda-redes Celton Biai, que nunca teve um encontro em 'branco' e sofreu cinco golos.