Foi com muito desagrado que presenciei a " mutilação " da referida árvore, a única sombra existente na praia da Madalena do Mar. Quando cheguei já estavam no fim do trabalho, senão garanto-vos que teria impedido aquela atrocidade. É um facto que a poda da árvore borracheira era uma necessidade, no entanto quero aqui esclarecer que o corte da árvore foi consentido pela junta de freguesia e pelos proprietários do café lá existente. Ambos estavam no local no momento em que o corte estava a acontecer e não me pareceu que estivessem descontentes. Questionando a necessidade daquele exagero a resposta da proprietária do café na presença do presidente da junta de freguesia, foi de que era já há muito necessário, pois as hastes das árvores batiam-lhe em cima da casa, por estar farta ao longo dos anos de todos os dias varrer as folhas caídas e por razões de segurança com a queda de galhos. Só semanas mais tarde, após um residente da freguesia novamente ter questionado o porquê do corte radical, foi-lhe informado que a culpa teria sido da câmara da Ponta do Sol. Procurando um culpado, julgo ter sido a firma que executou o trabalho, que como presenciei tinha uma grua que só chegava até um determinada altura e que pragmaticamente, sem a consciência do que está a fazer decapitou a árvore, cortando conforme o tamanho da grua, destruindo a única fonte de sombra da praia. Competência do município seria sim responsabilizar a identidade que executou o trabalho, assim como a junta de freguesia que estando presente, o autorizou. Sinceramente não percebi a razão porque a presidência do município enfiou a carapuça, justificando que havia uma haste danificada. Há que haver mais sensibilidade para com a natureza e preservar as poucas árvores que existem na costa sudoeste e plantá-las muitas mais, pois como se sabe necessitamos delas cada vez mais.

C. Silva