Madeira

Santa Cruz vai agir judicialmente contra a ARM

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A Câmara Municipal de Santa Cruz vai agir judicialmente contra a Águas e Resíduos da Madeira (ARM). A decisão foi comunicada hoje, na habitual mensagem do presidente da autarquia dirigida aos munícipes, que fala em "falta de vergonha" e em "ataque sem precedentes ao poder local" levando a cabo pelo Governo Regional.

"Penso que o que  está a acontecer é do mais baixo que já se verificou na política regional, sempre dada a várias excentricidades democráticas, mas cortar a  água a municípios para fins políticos e partidários é bater muito no fundo", refere Filipe Sousa.

O autarca fala num ataque não só a Santa Cruz, mas também à Ponta do Sol, afirmando que "Sol é inaceitável e um crime que lesa os interesses e os direitos constitucionais dos cidadãos, que não podem, sob nenhum pretexto, serem castigados por terem livremente escolhido diferente para a governação dos seus concelhos, votando em partidos que não são os do eixo PSD/CDS".

Por isso, classifica como "abjeto, cruel e desonesto" o corte no abastecimento de água e critica a ARM por "chamar a comunicação social para filmar os tanques vazios da água que cortaram ou desviaram para os concelhos vizinhos". 

Filipe Sousa deixa alguns dados que diz servir para reflexão. Indica que, com a governação do PSD em Santa Cruz, a gestão de água potável apresentava mais de 80% de perdas, 0 euros de investimento, e que não pagavam a água que compravam à ARM (largos milhões de dívida). Mesmo com este cenário, "nunca o Governo, através da ARM, cortou a água a Santa Cruz".

Por outro lado, com a gestão JPP, há 55% de perdas, mais de 6 milhões de investimento global no combate às perdas água e não há nem um cêntimo de dívida à ARM (tudo pago, incluindo os milhões deixados pela desastrosa gestão do PSD). Contudo, indica que a atitude foi cortar e limitar o fornecimento de água a Santa Cruz.

Nem as piores ditaduras seriam capazes de tamanha atrocidade. Filipe Sousa

"A atitude da ARM é criminosa. E a AMRAM assiste a esta ofensiva contra seus associados e nada faz. Aliás, alinha com esta agressão à autonomia do poder local", classifica, acrescentando ser pelos motivos anteriormente indicados que o município vai recorrer à via judicial.