É compreensível que, sobretudo em altura de pré-campanha, o debate político seja pautado pela marcação de populistas posições e a formulação de enganosas opiniões. Mas não deixa de ser imperatório que, por muito que seja a vontade de se contrariar ou debater, se assegure uma discussão baseada em factos reais e não falaciosos.

Vem isto a propósito da posição assumida pelo Partido Chega na XXII Mostra Regional da Banana, durante a qual acusou a GESBA de sobreviver à custa dos fundos comunitários e de que esta corre o risco de entrar em falência muito em breve.

Entendo como sendo natural que uma força política sem qualquer tipo de peso na Madeira, que reúne demagogos da escrita que se ofereceram a tantos partidos sem sucesso, procure protagonismo e palco com base num setor que mostra estar estável. Não posso, no entanto, aceitar que coloque em causa o esforço diário dos produtores e dos colaboradores da GESBA, com os quais lido diariamente, através de mentiras, provavelmente escritas por pseudo intelectuais que ajudaram a ‘afundar’ os clubes por onde passaram.

Os dados da empresa pública são claros e estão publicados no site oficial. Podem, portanto, ser consultados, tal como eu e muitos produtores o fizeram.

Ao ler o documento, facilmente se apura que as verbas da União Europeia, de reforço às regiões ultraperiféricas como a nossa, não entram nos balanços comerciais ou nos relatórios de gestão. Logo, contrariam a tentativa de alarmismo do Chega.

Sou parte interessada da GESBA enquanto produtor, por isso não posso aceitar que indivíduos que até há pouco tempo apelidavam André Ventura de extremista, revelador da estirpe política de quem nunca acertou com o ‘cesto’, tentem desvalorizar o trabalho que tem sido realizado no sector.

Não tenho dúvidas de que a banana continuará a ser um alvo de mais teorias políticas, de certeza plagiadas, através de alarmismos falaciosos e populistas para os quais a esmagadora maioria dos produtores e colaboradores da GESBA está devidamente preparada e alertada. Aliás, bastou a todos nós lermos o trabalho que este Diário realizou a propósito, no qual considerou de falsa a afirmação suja do Partido Chega.

Em jeito de promover o carreirismo político nem tudo é aceitável. Muito menos vindo de quem todos nós sabemos, que disse mal de Ventura, tentou colar-se ao CDS e ficou com a careca à mostra.

Emanuel Camacho