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Bispo gostava mas admite que é difícil juntar jovens russos e ucranianos

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O bispo e coordenador da Jornada Mundial de Juventude (JMJ) afirmou hoje que gostava de juntar jovens ucranianos e russos em Lisboa, mas admitiu que "é preciso tempo" devido à guerra, durante uma visita à Ucrânia.

"É muito bonito e poético sentar à mesa o agredido e o agressor, o assassino e a família do assassinado, mas é preciso tempo. A dor não prescreve e a dor não sara e temos que fazer caminho", afirmou Américo Aguiar, citando pela Rádio Renascença, um dos órgãos de informação que acompanham a visita, com a RTP e CMTV.

Depois de visitar Lviv, de manhã, onde assistiu ao funeral de um soldado morto em combate, à tarde o bispo auxiliar de Lisboa esteve no santuário mariano de Zarvanytsia, para se reunir com jovens e dar-lhes uma mensagem.

"O que lhes vim dizer é aquilo que o Papa me pede cada vez que nos encontramos: 'Não te esqueças daqueles que não podem vir a Lisboa'", disse.

Em tempos de guerra, Américo Aguiar admite que recordará, deste dia, as "muitas as lágrimas que estes jovens têm para colocar", e que leva para Lisboa a ideia de ajudar "todos os meninos da Ucrânia".

E sobre a ideia de juntar, em tempos de guerra, em agosto, na jornada de Lisboa, russos e ucranianos, o bispo admitiu que "é cedo".

"Estou a trabalhar em gestos simbólicos do que possa acontecer, nós temos que entender que era bonito colocarmos no mesmo encontro jovens ucranianos e russos, mas o que eu ouço aqui é que ainda é cedo para isso acontecer", afirmou.

Em 09 de julho, a JMJ confirmou a deslocação do bispo à Ucrânia, mas não foram reveladas as datas por questões de segurança.

A deslocação surge "na sequência de um convite feito por representantes da Conferência Episcopal ucraniana", durante uma visita à sede da Fundação JMJ, em Lisboa, em junho, estando previsto que Américo Aguiar irá encontrar-se com jovens, pode ler-se na nota da assessoria da jornada divulgada.

As tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, mergulhando a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ofensiva militar, amplamente condenada na comunidade internacional, foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.