Águas e Resíduos da Madeira teve “atitude criminosa” na Ponta do Sol
Ponta do Sol junta-se a Santa Cruz na crítica a questões
relacionadas com a água, após a publicação da notícia que foi hoje manchete no
DIÁRIO.
Afirma a câmara liderada por Célia Pessegueiro que “a ARM cortou o fornecimento
de água potável a parte das freguesias dos Canhas e Ponta do Sol e noutras
zonas reduziu o caudal. Não comunicou em momento algum à Câmara Municipal da
Ponta do Sol que ia tomar estas medidas e tentou, num primeiro momento, enganar
a população passando a ideia que a falta de água era responsabilidade da autarquia”.
A edilidade apresenta o que considera ser os factos relativamente ao fornecimento de água potável no concelho:
- A maior parte do Concelho da Ponta do Sol é abastecida pela empresa Águas e Resíduos da Madeira (ARM), através da captação da galeria das Rabaças, junto ao Paul da Serra;
- A ARM alertou recentemente, em dois momentos, para aquilo que chamavam de consumos excessivos no tanque das Adegas e no tanque da Levada do Poiso (Lombo do Meio);
-A Câmara da Ponta do Sol, em ambos os momentos, fez aquilo que sempre faz: foi para o terreno com as suas equipas para detectar fugas/derrames ou roubos que explicassem as alegadas perdas de água;
- Nestas saídas normalmente são detectados derrames que podiam explicar as alegadas elevadas perdas. Ora, não foram detectadas quaisquer fugas que justificassem esses alertas, o que significa que era um aumento no consumo, que está dentro dos valores do ano de 2019, quando houve um pico de turismo.
“Fomos surpreendidos ao descobrir que, ontem, dia 14 de Julho de 2023, ao início da noite, a ARM deixou de fornecer água aos reservatórios do Lugar de Baixo e Levada do Poiso e reduziu substancialmente a quantidade fornecida nos restantes reservatórios do concelho”, diz a presidente da autarquia, acrescentando que “fê-lo sem qualquer aviso e há evidências de que começou mais cedo. A título de exemplo, o reservatório do Lugar de Baixo, estando cheio, abastece aquela população durante uma semana. Ontem, ao final do dia, quando foi detectada a falta de água nesta zona, e numa tentativa de descobrir se existiam fugas, acabámos por nos deparar com um tanque vazio e no qual não caia um pingo de água”.
O que significa que “a ARM já não fornecia água àquele
tanque há vários dias. Em momento algum a Câmara Municipal da Ponta do Sol foi
informada do fecho de água naquela zona, nem sequer de uma redução de caudal.
Outro caso passou-se nos Canhas. Quando há um consumo elevado durante o
dia, a tendência é à noite os níveis do reservatório recuperarem. Não foi o que
aconteceu. Depois da detecção das primeiras falhas de fornecimento de água (dia
13 de Julho), o normal seria que durante a noite a água na rede enchesse os
reservatórios em casas particulares, o que também não aconteceu”.
Célia Pessegueiro insiste que “estes factos provam que o reservatório da Levada do Poiso também foi alvo do corte silencioso de água por parte da ARM. Como consequência destas acções, temos a informação que neste momento há bares e restaurantes encerrados por falta de fornecimento de água”.
A Câmara voltou a pedir os caudais de entrada e saída nos Reservatórios que abastecem a Ponta do Sol, mas a ARM até ao momento não facultou essa informação, segundo a informação difundida esta tarde.
Devido aos acontecimentos relatados a autarquia considera que até prova em contrário, a ARM “está a tentar passar a responsabilidade da má gestão que faz da água para o concelho da Ponta do Sol”; “até prova em contrário, a ARM quis passar para a Ponta do Sol, e só para a Ponta do Sol um problema que tem na galeria das Rabaças, que é explorada pela ARM há décadas”; “até prova em contrário, os únicos que sofreram cortes de água foram os ponta-solenses”.
Para minimizar o problema, para além da procura e monitorização de fugas, que vem fazendo há meses, a Câmara Municipal da Ponta do Sol tomou as seguintes medidas:
- Fechou os duches das praias;
- Fechou os sistemas de rega automáticos;
- Fechou as casas de banho públicas não essenciais;
- E continua a apelar, com contactos directos à população, ao consumo de água apenas para o essencial.
“Desta vez a ARM foi longe demais. Teve uma atitude criminosa, que configura um caso de justiça. Até prova em contrário, podem estar em causa crimes como abuso de poder, peculato e chantagem. Com esta acção irresponsável, uma atitude criminosa, colocando em risco a vida e saúde de muitos, colocaram em causa empresas e negócios locais e maltrataram sem nenhuma justificação os ponta-solenses. Preocuparam-se com o acessório, que continuam sem conseguir explicar, e não com o essencial: a vida dos ponta-solenses”, frisa Célia Pessegueiro, sublinhando que “com isto tudo, ainda não conhecemos as medidas que a ARM tomou para garantir o fornecimento de água potável às populações. É importante sublinhar que a ARM não comunicou em momento algum à Câmara Municipal da Ponta do Sol que ia tomar estas medidas e tentou descaradamente, num primeiro momento, enganar a população, passando a ideia de que a falta de água era responsabilidade da Autarquia da Ponta do Sol, quando, na realidade, a verdade, sem margem para dúvidas, é outra: A ARM teve uma atitude vergonhosa, desprezando todos os ponta-solenses”.