Madeira registou 3.468 acidentes de trabalho em 2021
Aumento de mais de 21% face a 2020, mas ainda inferior aos números que se tinham registado na Região em 2019
No ano de 2021 ocorreram na Região Autónoma da Madeira um total de 3.468 acidentes de trabalho reportados como tal, significando um aumento de 21,4% face a 2020, o que totaliza mais 610 acidentes do que no ano anterior, marcado pelo maior período de 'clausura social' por causa da pandemia, tanto é que face a 2019, há um recuo de 8,2% (-310 acidentes), sendo certo que na primeira metade de 2021 ainda se mantinham algumas restrições.
"Dos acidentes ocorridos em 2021, há a registar 1 acidente mortal, menos 2 que no ano anterior", sinaliza a Direcção Regional de Estatística da Madeira, que publica hoje os dados oficiais. "Na leitura da evolução de 2020 para 2021 devem ser tidas em conta, as maiores restrições à atividade económica que vigoraram em 2020", recorda.
"O setor da 'Construção' concentrou o maior número de acidentes (23,5% do total), seguido do setor do 'Comércio por grosso e retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos', com 14,0% e do setor 'Alojamento, restauração e similares', com 13,7%. O setor 'Construção' foi o que registou em valor absoluto, o maior aumento face a 2020 (mais 129 acidentes). Em oposição, o setor 'Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição' foi o que observou, em valor absoluto, a maior diminuição, menos 41 acidentes (-39,8% que em 2020), representando 1,8% do total de acidentes", resume a DREM.
Já em relação ao período pré-pandémico, 2019, "destaca-se a diminuição de 243 acidentes no setor 'Alojamento, restauração e similares' e o aumento de 98 acidentes no setor da 'Construção'", evidencia.
Por sexo e grupos etários, "a maioria dos acidentes ocorreu com os homens (72,6%) e nas pessoas entre 35 e 54 anos de idade (53,6%)", salienta., enquanto que "por grupos profissionais, os 'Trabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricista', (549 acidentes; 15,8%) e os 'Trabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementares' (312 acidentes; 9,0%) foram os que registaram maior número de sinistrados".
No que diz respeito "ao tipo de local do acidente, 20,2% dos acidentes ocorreram em 'Zona industrial' (699 acidentes) e 18,8% em 'Estaleiro, construção, pedreira, mina a céu aberto' (651 acidentes). A causa da maioria dos acidentes foi o 'Movimento do corpo sujeito a constrangimento físico' (30,7% do total de acidentes; 1.065)", continua.
Mais, quanto aos "principais acontecimentos geradores diretos da lesão dos sinistrados foram 'Constrangimento físico do corpo, constrangimento psíquico' (26,9%; 933 acidentes) e 'Esmagamento em movimento vertical ou horizontal sobre/contra objeto imóvel' (19,8%; 685 acidentes)", revela.
"Quanto às consequências dos acidentes, constata-se que as 'Feridas e lesões superficiais' e as 'Deslocações, entorses e distensões' foram as lesões que mais se evidenciaram, cujo peso no total, em 2021, fixou-se em 47,9% e 41,1%, respetivamente. Mais de metade dos acidentes atingiram as 'Extremidades superiores' ou as 'Extremidades inferiores' (31,7% e 27,1%, pela mesma ordem)", especifica.
Por fim, "relativamente ao número de dias de ausência do trabalho, é de referir que 24,3% dos acidentes não mortais não implicaram qualquer ausência ao trabalho" e "entre os restantes destaca-se o intervalo de 7 a 13 dias de ausência para 17,7% do total de acidentes não mortais. O maior número de dias de trabalho perdidos por motivo de acidentes de trabalho ocorreu no sector da 'Construção' (30.186 dias, 27,0% do total de dias perdidos)", conclui.