A política de todos os tempos
A política nunca foi, nem é, coisa séria. Deveria ter sido e devia ser. Mas nunca foi, nem é.
De modo que, cada vez é mais odiada e desrespeitada. Os cidadãos comuns temem mais o que os políticos podem fazer de mal, do que têm fé naquilo que podem fazer de bem.
E é pena e é grave. A prática de más políticas tem um efeito nefasto na vida das pessoas. Por conseguinte, a política, mormente na parte do poder executivo, só deveria estar ao alcance de pessoas de bem, testadas na sua competência, avaliadas na sua dignidade, no seu carater, serem conscientes dos mandatos que o povo lhes atribui e da responsabilidade que é servir ou conduzir um País, nas suas mais variadas vertentes.
Não pode, permitam-me a expressão, um qualquer “borra-botas” assumir responsabilidades, das quais dependem a vida das pessoas e a credibilidade do País, quando duvidamos, inclusive, que sejam capazes de orientarem a sua própria casa.
Mesmo, alias, quando estão acompanhados por pessoas de bem, conscienciosas e devidamente preparadas para o desempenho das suas funções, porque, evidentemente, também existem e, Deus nos livre, se não existissem.
Agora esses senhores (e senhoras) que são incapazes (repetimos) de governar bem a “casa” que (des) governam, mas que se dizem aptos para governar a casa dos “outros “, num claro descaramento e sentido de oportunismo, deviam ser olhados com desdém.
Em lugar de se reduzirem à sua insignificância, reconhecerem os seus erros, as suas incapacidades, tentarem mudar para melhor o que tão mal estão fazendo, o que os preocupa é mandar mais, noutros locais, terem o poder absoluto e, se der para o torto, os que vierem atrás que fechem a porta, como, aliás, tem acontecido ao longo dos tempos.
Evidentemente que, não existem santos, nem anjos a mandarem na Terra. Qualquer País, qualquer Região, tem defeitos na sua governação, agora para substituir os que mandam não pode ser os que já noutros locais mandam mal, cometem os mesmos erros e outros ainda mais graves, ou, naturalmente, os seus seguidores ou apoiantes.
Isto para os eleitores é claro e evidente e quem isso não reconheça, expõe-se ao ridículo.
Aliás, tudo isto tende a acabar mal se insistirmos em não haver uma escolha criteriosa nos candidatos e depois o não assumir responsabilidades pelos seus atos, como se verifica.
Essas verdadeiras “palhaçadas” de Direitas e Esquerdas, já não influenciam ninguém, pelo menos as pessoas mais conscienciosas e experientes pelos anos de vida que possuem.
É bom, porque é de Esquerda, é mau, porque é de Direita, ou vice-versa, é ladainha para os tolos decorar. As pessoas querem na política é gente séria, coerente e responsável.
Quando não encontram, no dia das eleições, se tiver sol vão para a praia, se tiver chuva ficam aconchegadinhas em casa., como, aliás, os próprios políticos admitem.
- Este ano há eleições nesta Região.
Não vai ser diferente dos outros anos. Os que estão no poder vão apresentar o que fizeram e jurar de que se forem reeleitos vão completar as obras que prometeram e não tiveram tempo de concluí-las, e os que anseiam a governação vão apontar os erros cometidos pelo governo e dizer que, com eles, a Madeira será um “céu aberto” para os madeirenses.
E o povo, a exemplo do que acontece na República, vai ouvir, abanar a cabeça a tudo, mas ficando com a única certeza de que os que forem eleitos, durante quatro anos, vão, economicamente, ficar com a sua vida arrumadinha, e ele, povo, aguardar que Deus o ajude, na turbulência do custo de vida, ziguezagues dos juros e maquiavélicos preços da habitação.
Juvenal Pereira