Apresentador da BBC alvo de acusações sexuais identificado mas polícia descarta crime
O apresentador da BBC alvo de acusações sexuais foi identificado esta quarta-feira à noite como Huw Edwards, pela sua mulher, acrescentando que este foi hospitalizado após o início da polémica, devido a um novo episódio de depressão.
A polícia adiantou também esta quarta-feira que não encontrou nenhuma evidência de que tenha sido cometido algum crime, no caso relacionado com as acusações contra o apresentador da BBC, que tem estado nas manchetes da imprensa britânica há cinco dias.
Huw Edwards, de 61 anos, destaca-se há 20 anos no comando do grande noticiário das 22:00, sendo um dos apresentadores mais famosos do Reino Unido e o mais bem pago da BBC, com mais de 400 mil libras (cerca de 466 mil euros) por ano.
O apresentador ingressou em 1984 na BBC, onde rapidamente subiu na hierarquia. Foi Huw Edwards quem anunciou a morte da rainha Isabel a 08 de setembro, permanecendo várias horas no ar, bem como no funeral da rainha e na coroação do rei Carlos III, em maio.
"Faço esta declaração em nome de meu marido Huw Edwards, após cinco dias extremamente difíceis para a nossa família", sublinhou a sua mulher, Vicky Flind, em comunicado à agência de notícias britânica PA.
Vicky Flind acrescentou que o marido "sofre de graves problemas" de depressão e que os acontecimentos dos últimos dias provocaram uma nova crise que o levou ao internamento.
"Assim que estiver em condições de fazê-lo, pretende responder aos artigos que têm sido publicados", assegurou Flind, revelando que o apresentador, suspenso desde domingo, tomou conhecimento em 06 de julho das acusações de que foi alvo.
A polícia, por seu lado, explicou ter falado em particular com a família que acusou o apresentador, no tabloide The Sun, de ter pagado 35.000 libras (cerca de 40.000 euros) a um menor em troca de fotos pornográficas, durante um período de três anos, o que teria alimentado o vício em 'crack' desse jovem.
As autoridades também falaram com o adolescente, que negou as acusações da sua mãe, e com a BBC, antes de concluir que não recolheu informações que corroborassem um crime.
Após estas revelações iniciais, outras acusações de comportamento ameaçador ou abusivo atingiram o apresentador na imprensa.
A BBC, que esteve sob enorme pressão sobre o caso durante vários dias, agradeceu esta quarta-feira à noite à polícia por ter chegado rapidamente às suas conclusões.
O grupo audiovisual reconheceu ter sido contactado em meados de maio pela família do menor e que o seu serviço interno de investigação apenas tentou por duas vezes contactar a família, defendendo que as denúncias iniciais não envolviam "alegações" de natureza criminal.
Na terça-feira, o diretor-geral da televisão, Tim Davie, admitiu que as acusações iniciais do Sun foram muito prejudiciais para este grupo audiovisual e anunciou uma revisão dos procedimentos internos em caso de "alerta vermelho".
Nenhum dos 'media' britânicos tinha divulgado o nome do apresentador, por medo de sanções por difamação ou invasão de privacidade.
Mas a sua identidade circulou amplamente nas redes sociais e a sua ausência no noticiário das 22:00 não passou despercebida a milhões de telespetadores da BBC.
The Sun, um tabloide de sucesso pertencente ao grupo do bilionário Rupert Murdoch, é um dos críticos mais contundentes da BBC.
Esta quarta-feira o The Sun dedicou sete páginas a este caso.