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Itália quer renegociar com Bruxelas plano de recuperação para receber o dinheiro

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O governo italiano anunciou hoje a intenção de renegociar com Bruxelas dez dos 27 objetivos fixados para a quarta fatia do seu plano de relançamento económico, o que pode atrasar os reembolsos correspondentes e pesar nas contas públicas.

A modificação dos objetivos deveria permitir à Itália "submeter nos próximos dias o pedido de reembolso da quarta 'tranche'", garantiu a jornalistas o ministro dos Assuntos Europeus, Raffaele Fitto.

Com a iniciativa, o governo de Itália pretende evitar os atrasos ocorridos o terceiro reembolso, de 19 mil milhões de euros, que foi congelado por Bruxelas, enquanto espera as clarificações sobre a afetação dos fundos e o comprimento de objetivos.

O desembolso da quarta fatia de 16 mil milhões de euros está suspenso da realização de todos os objetivos durante o primeiro semestre.

As propostas de modificações envolvem designadamente a criação de creches, os pontos de carregamento elétrico e o projeto de expansão dos míticos estúdios romanos da Cinecittà.

Primeiro beneficiário do plano europeu pós-pandemia, a Itália deve encaixar 191,5 mil milhões de euros até 2026, mas está atrasada nas reformas que tem de fazer em troca da ajuda financeira.

Sem estes financiamentos, o crescimento da economia italiana está em causa, bem como a sua situação orçamental.

A dívida pública italiana é a mais elevada da Zona Euro, com o equivalente a 144% do produto interno bruto (PIB), e o défice no primeiro trimestre foi de 12,1% do PIB, acima dos 11,3% do mesmo período no ano anterior.

"Espero que estes recursos venham. Se não chegarem, é evidente que será um problema", disse hoje o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti.