RVM não tem condições para trazer mais pilotos de renome?
O Rali Vinho da Madeira (RVM) volta à estrada nos dias 3, 4 e 5 de Agosto, novamente com uma lista longa – 70 inscritos e as inscrições continuam abertas até ao próximo dia 17.
Giandomenico Basso, Kris Meeke, Simone Campedelli, Diego Ruiloba são os nomes internacionais em destaque, mas um pouco aquém, quando se compara com a prova açoriana. A Madeira não tem condições para fazer melhor?
Este ano, o Azores Rallye ficou fora do Europeu, mas isso não foi entrave para a organização da prova levar ao arquipélago ‘estrelas’ do automobilismo. Sebastien Loeb, que veio a vencer a prova, Andreas Mikkelsen, Nil Solans e Ole Christian Veiby integravam a lista de 26 concorrentes inscritos para a 57ª edição da prova, que animou São Miguel, entre 31 de Março e 1 de Abril.
Uma lista curta, mas “excepcional”, conforme classificou a organização, a cargo do Grupo Desportivo Comercial.
De referir também a ausência de muitos pilotos portugueses, que habitualmente passam pelos Açores, já que, em 2023, a prova açoriana também ficou de fora do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), contando apenas para a Tour European Rally Series e o Campeonato dos Açores de Ralis.
Paulo Fontes, presidente do Club Sports da Madeira, clube organizador do RVM, aponta a diferença de apoios, por parte do Governo Regional, como o principal factor para a prova madeirense não ter mais pilotos de renome.
“Com 750 mil euros, eu também trazia o Loeb e o Ogier”, afirmou, na última conferência de imprensa, referindo-se ao subsídio governamental.
A 13 de Março deste ano, o Governo Regional dos Açores aprovou “a minuta do contrato-programa a celebrar com o Grupo Desportivo Comercial, para a prossecução de actividades desportivas, na modalidade de automobilismo, no valor máximo de € 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil euros), realizadas no ano de 2023”.
Já o Executivo madeirense aprovou a 29 de Maio “uma comparticipação financeira, que não excederá os € 345.000,00” para o RVM.
Este valor representa cerca de metade, comparativamente à altura em que o RVM integrava o Campeonato da Europa. A última participação foi em 2012, altura em que a organização do Sports Madeira percebeu que, após os cortes ‘operados’ pela Troika, não seria possível ter verbas para se manter ao mais alto nível, trazendo pilotos bem conhecidos, como os que já passaram pelas estradas madeirenses, conforme se vê nesta galeria, com fotos do arquivo do DIÁRIO.
Desde então, o Club Sports da Madeira vem gerindo o orçamento mais curto, que, conforme explicou Paulo Fontes ao DIÁRIO, “não permite entrar em grandes aventuras, mas que tem mantido a prova ainda apetecível para muitos pilotos de fora, mesmo já não contando para o Europeu”.
O transporte e toda a logística que envolve trazer viaturas, materiais e equipas para as ilhas é o que mais encarece uma participação no RVM.
Por isso, para voltar a ter um piloto como Giandomenico Basso na Madeira, a organização tem de apoiar financeiramente os custos desse transporte.
“É o que acontece também com o rali dos Açores, só que eles têm o dobro do nosso orçamento, para poder ajudar os pilotos”, observou.
O RVM terá condições para ter uma lista com mais 'Estrelas'?