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Deputado brasileiro filho de Bolsonaro investigado por possível incitação à violência

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Foto Reuters

O ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, ordenou hoje que a Polícia Federal investigue o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por possível incitação à violência.

"Determinei que a Polícia Federal analise as declarações proferidas este domingo num evento pró-armas" pelo deputado e que sejam analisados "indícios de possíveis crimes, notória incitação ou apologia a atos criminosos", anunciou Dino nas suas redes sociais.

A investigação refere-se a um discurso que o deputado de extrema-direita proferiu num evento realizado este domingo em Brasília por um grupo conhecido como "Pró Armas", que defende as políticas do ex-Presidente Jair Bolsonaro que facilitaram a aquisição de armas por civis.

A maioria dessas medidas adotadas por Bolsonaro já foi revogada nos últimos meses pelo Governo do Presidente Lula da Silva, que assumiu o cargo no início de janeiro.

No evento deste domingo, que reuniu cerca de 300 pessoas, Eduardo Bolsonaro disse que, com Lula, o Brasil "está a seguir o mesmo caminho que a Venezuela" e que o Governo mudou a "liberdade" e o "direito" da população à autodefesa para a "doutrinação ideológica" nas escolas e universidades.

"Não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas, que tenta sequestrar os nossos filhos e levá-los para o mundo do crime. E talvez um professor doutrinador seja ainda pior", declarou o deputado.

As declarações do filho de Bolsonaro foram consideradas por alguns partidos de esquerda como um "incitamento à violência contra professores", sobretudo depois de uma onda de ataques que se viu este ano em escolas do país, atribuídos a grupos neonazis ou à extrema-direita mais radical.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também anunciou hoje que vai apresentar uma denúncia contra Eduardo Bolsonaro na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, na qual exigirá que seja afastado do lugar por esses possíveis crimes.