Cimeira da NATO vai eliminar obstáculo importante à adesão da Ucrânia
A NATO está pronta para "remover um grande obstáculo" ao pedido de adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica, disse hoje um responsável ocidental, que solicitou anonimato, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
Segundo a fonte, os aliados "estão prontos" para retirar o requisito do plano de ação para a adesão da Ucrânia.
O plano de ação, prosseguiu a fonte citada pela AFP, "é apenas uma das fases" do processo de adesão à aliança e, mesmo que seja suprimido, a Ucrânia "terá ainda de efetuar outras reformas" antes de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou no domingo esperar "o melhor resultado possível" da cimeira da NATO em Vilnius, que decorre terça e quarta-feira, durante a qual Kiev espera avanços nas suas aspirações de integrar a Aliança Atlântica.
A Ucrânia deve receber na cimeira de Vilnius garantias de apoio do Ocidente face à agressão russa, mas a adesão de Kiev à Aliança é um processo ainda em aberto.
Tanto Zelensky como o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, têm consciência de que essa perspetiva é inviável antes do fim da guerra com a Rússia, embora o líder ucraniano espere um sinal político dos países-membros que dê os primeiros passos no sentido da integração.
O apoio à Ucrânia no processo de adesão à NATO, já a partir de Vílnius, já mereceu vários apoios de estados-membros, incluindo Portugal, e, no sábado, foi recebida com alguma surpresa o encorajamento nesse sentido do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que mantém relações próximas coma Rússia e tem servido vários papéis de mediação no conflito ucraniano.
O Presidente dos Estados, Joe Biden foi, no entanto, inflexível sobre o assunto: "Não acho que a Ucrânia esteja pronta para fazer parte da NATO", afirmou em entrevista ao canal americano CNN, destacando ainda que não há unanimidade entre os aliados sobre as perspetivas de incluir Kiev "em plena guerra".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).