José Manuel Rodrigues diz que é preciso dar melhores condições à classe média, fixar os jovens e reforçar a Autonomia
José Manuel Rodrigues chamou, hoje, a atenção para “problemas e desafios aos quais urge acudir e solucionar”, começando por destacar a necessidade de fixar os jovens e de aumentar os salários para não continuar a asfixiar a classe média. A sua intervenção na sessão solene comemorativa do Dia da Região Autónoma da Madeira, que decorre na Assembleia Legislativa da Madeira.
“Felizmente – julgo que todos concordarão – a Madeira teve uma excelente recuperação no pós- pandemia, resistiu bem às consequências da guerra na Ucrânia e regista taxas de crescimento assinaláveis e promissoras em vários setores económicos. No entanto, subsistem sempre problemas e surgem outros desafios aos quais urge acudir e solucionar”, enquadrou o Presidente do Parlamento madeirense.
“A fixação dos nossos jovens mais talentosos nestas terras, através de melhores empregos e de mais rendimentos, é uma meta que temos de alcançar para garantir a sustentabilidade desse desenvolvimento e assegurar a criação de patamares de riqueza que nos permitam corrigir as desigualdades e reforçar a coesão social”.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira vincou que “se perdermos a paz social e o equilíbrio entre classes, abrimos caminho ao crescimento dos populismos e estou certo de que a maioria dos madeirenses não quer o futuro da sua terra dependente desses radicalismos”.
“Neste âmbito, entendo ser fundamental estarmos atentos ao que se está a passar com a classe média, asfixiada por uma pressão inflacionista e por um aumento de juros sem paralelo na história recente, que está a afetar os seus níveis de vida e, nalguns casos, a conduzir algumas famílias ao empobrecimento.
Não podemos ter preços a subirem à velocidade do elevador e salários a crescerem ao ritmo das escadas”, alertou.
“A classe média é a espinha dorsal de uma sociedade justa e equilibrada e a sua força e crescimento têm sido fundamentais para a mobilidade social na nossa comunidade, garantindo o sucesso destes quase 50 anos de Autonomia, e estou convicto de que continua a ser um fator indispensável à estabilidade política e social e ao nosso progresso económico e financeiro”, rematou José Manuel Rodrigues.
No final da XII Legislatura, o Presidente do principal órgão de Governo Próprio da Região, defendeu, ainda, a ampliação da Autonomia, criticando a forma como o processo está a ser conduzido.
“Quando se esperava uma revisão da Constituição que aumentasse os poderes legislativos da Região, designadamente os fiscais, e acabasse com os complexos centralistas e com conflitos desnecessários, temos uma revisão feita às escondidas nos gabinetes recônditos de São Bento, que vai dar em nada e que constituirá mais um fracasso”.
“Quando se esperava uma revisão da lei de Finanças das Regiões Autónomas que corrigisse as injustiças praticadas para com a Madeira, assegurasse a cobertura dos custos de insularidade e dos custos de soberania e garantisse que o Estado assume as despesas com as suas tarefas constitucionais para com os portugueses das ilhas, o que temos é uma nega às nossas justas pretensões”, disse José Manuel Rodrigues.
“Perante esta realidade, poderia pensar-se que esta foi uma Legislatura perdida. Nada mais errado, já que foi uma Legislatura que serviu para esta Assembleia legislativa fundamentar exaustivamente a justeza dos nossos direitos, apresentar propostas concretas para resolver problemas da responsabilidade do Estado e para reafirmar a força da nossa Razão”, afirmou, concluindo que a luta por mais Autonomia continua.