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Agricultores exigem a Bruxelas agenda ibérica para responder a alterações climáticas

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Os agricultores de Portugal e Espanha exigem que Bruxelas avance com uma agenda ibérica para responder aos efeitos das alterações climáticas nas explorações e que os fundos cheguem, rapidamente, ao setor.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Granaderos (COAG) estiveram reunidas, em Madrid, para definir as prioridades para o setor agrícola, no âmbito da presidência espanhola da União Europeia.

"As duas organizações sublinharam a necessidade de exigir em Bruxelas uma agenda ibérica para fazer face aos efeitos das alterações climáticas nas explorações agrícolas de Espanha e Portugal e exigem que os fundos cheguem rapidamente aos agricultores, sobretudo aos pequenos e médios", lê-se num comunicado conjunto.

Por outro lado, defendem que a presidência espanhola da União Europeia deve ter como prioridade a instalação de jovens no setor agrícola, classificando como "vital" a renovação geracional para garantir a produção alimentar sustentável e o desenvolvimento económico, social e ambiental.

A CNA e a COAG reclamam igualmente preços justos e "rendimentos dignos", com mecanismos de regulação do mercado.

"Temos de exigir que todos os produtos que entrem de países terceiros se equiparem aos 'standards' de produção da União Europeia, tanto nas normas de bem-estar animal, regulação de fitossanitários, normas ambientais, obrigações laborais, etc", referiram.

Por outro lado, reivindicam um período de adaptação para as mudanças que vão ocorrer, "com apoios significativos tanto em ajuda como em investimentos, formação e aconselhamento".

As duas organizações sublinharam que os agricultores "são protagonistas da luta contra as alterações climáticas", ressalvando que não podem cumprir esse papel se não forem revistos os acordos de livre comércio com os países terceiros, "estabelecendo o princípio da soberania alimentar e condicionando as importações".

Adicionalmente, querem ações em relação ao aumento dos custos de produção, apoiando o investimento para reduzir a dependência energética das explorações agrícolas, bem como apoios para as pequenas e médias explorações agrícolas e para a agricultura familiar.