Dia de Portugal... e das comodidades
É um prazer sabermos que os nossos principais governantes – quer a nível nacional ou regional – estão em paragens longínquas a comemorar junto dos nossos patrícios, o DIA DE PORTUGAL numa manifestação de solidariedade, presumivelmente, de amor e carinho, por aqueles que labutam lá fora.
Deve, também, provavelmente, representar um gesto de agradecimento pelos milhões que nos enviam anualmente que muito contribuem para que seja mantido este extraordinário nível de vida que, governantes e uma pequena parte da população desfrutam, neste Portugal democrático e socialista.
Certamente deve ser intenção destes nossos governantes em pedir aos nossos emigrantes que por lá fiquem eternamente, não se esquecendo, porém, de nos visitarem sempre que possam e ajudarem as suas famílias a viverem condignamente.
Devem também comunicar-lhes que não se preocupem com as suas casas fechadas no nosso país, pois a tentativa do governo se apossar delas - alugando-as ou as vendendo – não passa de um mero gesto de entretenimento para agradar os totalitários de esquerda e direita alojados dentro e fora da Assembleia da República e, presumivelmente, no seio deste nosso governo que Deus, Nosso Senhor, nos deparou.
E certamente não deverão se esquecer de lhes dizer que o seu dinheiro “abrasado” nos seus depósitos feitos na protegida BANCA será recuperado, nesta ou nas suas próximas encarnações.
O DIA DE PORTUGAL… E DAS COMODIDADES, (é mesmo comodidades que queremos dizer) tem destes princípios altruístas que nos apraz registar.
Aqueles que pensam que as comemorações resumem-se a comer e beber e discursos de ocasião estão redondamente enganados.
Por cá também havemos de comemorar. Não faltarão os discursos patrióticos dos políticos, digamos, de segunda linha, - mas com a lição estudada ao nível dos de primeira linha - que nos recordarão certamente os tempos dos descobrimentos e das conquistas (quase todas elas perdidas, entregues ou vendidas, através dos séculos) que servem para confortar um povo, num momento doloroso, de um aparente País à deriva, bem demonstrado naquela por muitos conhecida como “telenovela dos Galambas “ que todas as televisões transmitem para vergonha deste triste País.
De qualquer modo congratulamo-nos por a passagem de mais um aniversário de um Portugal que nos é querido, que tem um povo trabalhador e com méritos comprovados em todas as áreas da vida, mas que desde o seu nascimento tem o infortúnio de possuir uma classe política em grande parte medíocre, interesseira e até, em muitos casos, traidora, que tem feito passar o seu povo por situações penosas e lhe dado uma imagem internacional deveras lastimável.
O DIA DE PORTUGAL poderia e deveria ser comemorado de um modo muito diferente. Basta recordarmos o apoio que o Pais desfrutou e continua a desfrutar ao longo destes últimos 50 anos, pela amiga e solidária União Europeia.
Contudo, sem surpresa mas com a tristeza que não conseguimos esconder, comemoramos mais um DIA DE PORTUGAL, com um presente inquietante e um futuro que nada nos indica ser melhor.
Mas esta deve ser a sina que Deus nos reservou.
Juvenal Pereira