Cólera mata 141 pessoas em Moçambique desde Setembro
Uma epidemia de cólera já provocou 141 mortes em Moçambique desde que eclodiu em setembro de 2022, anunciou hoje o Ministério da Saúde do país no boletim dedicado ao acompanhamento da doença.
O número de casos ronda os 32.000, pelo que a taxa de letalidade geral é baixa (0,4%), mas ainda assim relevante para uma doença tratável e que se pode prevenir com vacinação.
Quase metade dos casos foi registado na província da Zambézia, no centro do país, especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março.
A província contabiliza o maior número de mortes: 38.
"Esta é a maior epidemia desta doença ao longo dos últimos 20 anos", declarou o ministro da Saúde, Armindo Tiago, no início de maio, referindo, no entanto, que o número de casos tende a reduzir-se ao mesmo tempo que a vacinação avança.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.
A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou há duas semanas que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.