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Projecções da OCDE sem relação com a "vida de todos os dias das pessoas"

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Foto Lusa

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu hoje que as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) não têm relação com a "vida de todos dias das pessoas".

"(...) Não há nenhuma relação entre essas projeções, nem os números, na vida de todos dias das pessoas, esse é que é o grande problema que enfrentamos", afirmou Paulo Raimundo, em Leiria, após um encontro com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo da Diocese de Leiria-Fatima, José Ornelas.

Segundo Paulo Raimundo, o país tem "vindo a assistir, consecutivamente, a esses números, a economia que está espetacular, a inflação que baixa, é tudo a andar para a frente menos a vida das pessoas, que anda sempre atrás".

A OCDE reviu hoje em baixa a projeção de inflação em Portugal deste ano para 5,7%, uma redução de 0,9 pontos percentuais face ao último relatório.

A organização reviu também em alta as perspetivas de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,5%, impulsionada pelo Plano de Recuperação e Resiliência e pelas exportações, nomeadamente o turismo, tornando-se a mais otimistas entre as principais instituições económicas nacionais e internacionais.

Paulo Raimundo considerou que "mesmo que a inflação baixasse, ela tem de ser somada àquilo que aconteceu o ano passado e, portanto, há, de facto, uma perda de poder de compra enormíssima, que está muito longe de ser recuperada".

Sobre o encontro com o presidente da CEP, o líder do PCP salientou que o partido tem "uma relação institucional com a Igreja de há muito tempo a esta parte", tendo aproveitado o momento, o seu primeiro contacto com a instituição do ponto de vista formal, para felicitar José Ornelas pela reeleição.

Paulo Raimundo adiantou que na reunião foram expressas as preocupações do PCP em matéria de injustiça, desigualdades ou pobreza e "toda a dimensão do problema social" que o país enfrenta.

O secretário-geral do PCP realçou a "questão da injustiça profunda", notando que "enquanto uma maioria [é] empurrada para baixo, há uma pequena minoria, muito pequeníssima minoria, que continua a concentrar milhões e milhões nos bolsos".

Referindo que este é um "problema de grande atualidade" que foi partilhada com o bispo, Paulo Raimundo adiantou que "este conjunto de problemas, como as questões da instabilidade no mundo, as questões da situação do ponto de vista económico e social" em Portugal "atravessam as preocupações e que foram manifestadas" também pelo bispo.